A IRONIA COMO PRINCÍPIO ORIGINÁRIO (DO PENSAMENTO) E MÉTODO DESCONSTRUTOR (DA REPRESENTAÇÃO)

Autores

  • Ronaldo Ferrito Mendes UFRJ/ CNPq

Resumo

O ensaio em questão visa investigar a Ironia como princípio criativo e de questionamento à tradição mimética ocidental, distinguindo-a de seu uso simplório, representativo ou meramente estilístico, para exalçá-la à categoria de método de pensamento e de criação literária. Para tanto, conciliam-se aqui reflexões de filósofos/escritores modernos inaugurais neste tema, como Schlegel e Kierkegaad, e estudos recentes da teoria e crítica literária, especialmente es de Ronaldes de Melo e Souza sobre o romance de Machado de Assis. Procura-se manter a abertura de pensamento própria à reflexão irônica, sem jamais fechar os sentidos desse conceito e os caminhos possíveis de aproveitamento do mesmo, que demonstraremos possuir variação de grau, performático e originário, sendo nosso fito um aprofundamento no segundo sem jamais concluir a descrição de sua complexidade. Apontamos, no desenvolver do conceito, o duplo movimento irônico: o caminho da tradição ocidental metafísica ao qual a tradição da Ironia quer resistir e o caminho poético, criativo que ela promove enquanto método ontológico de questionamento.

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Referências

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Publicado

2014-10-28

Como Citar

Mendes, R. F. (2014). A IRONIA COMO PRINCÍPIO ORIGINÁRIO (DO PENSAMENTO) E MÉTODO DESCONSTRUTOR (DA REPRESENTAÇÃO). Revista Athena, 6(1). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/athena/article/view/147

Edição

Seção

ARTIGOS/ ENSAIOS