“A PAREDE DE ÁGUA”: A CONSTRUÇÃO DO MONÓLOGO INTERIOR NA NARRATIVA, DE VIRGINIA WOOLF/“THE WATER WALL”: THE CONSTRUCTION OF INTERIOR MONOLOGUE IN THE NARRATIVE, OF VIRGINIA WOOLF

Autores

  • Dimas Evangelista Barbosa Junior UNEMAT

Resumo

No romance To the Lighthouse, Virginia Woolf elabora uma técnica de narração centrada na investigação íntima das personagens, de maneira que os acontecimentos externos tornam-se os “nós”, quase imperceptíveis, dum tecido romanesco cujo material se compõe, especialmente, de monólogos interiores, fluxos de consciência e digressões, confeccionando uma tessitura narrativa de ritmo hesitante, oscilante e múltipla, tal como o sujeito da modernidade. Partindo dessas afirmações, no presente artigo, analisamos alguns procedimentos narrativos concernentes aos diferentes monólogos que a obra encerra. Quatro autores, em específico, apoiam o desenvolvimento desse trabalho, na teoria e na crítica, a saber, Eric Auerbach (2002), Norman Friedman (2002), Anatol Rosenfeld (1996) e Emil Staiger (1977).

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Publicado

2017-05-10

Como Citar

Junior, D. E. B. (2017). “A PAREDE DE ÁGUA”: A CONSTRUÇÃO DO MONÓLOGO INTERIOR NA NARRATIVA, DE VIRGINIA WOOLF/“THE WATER WALL”: THE CONSTRUCTION OF INTERIOR MONOLOGUE IN THE NARRATIVE, OF VIRGINIA WOOLF. Revista Athena, 10(1). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/athena/article/view/1894

Edição

Seção

ARTIGOS/ ENSAIOS