ANCESTRALIDADE E IDENTIDADE FEMININA NOS POEMAS PRIMITIVA E CENTENÁRIA DE MARLI WALKER/ ANCESTRALITY AND FEMININE IDENTITY IN THE POEMS PRIMITIVA AND CENTENÁRIA BY MARLI WALKER
DOI:
https://doi.org/10.30681/athena.v30i3.14448Palavras-chave:
Ancestralidade Feminina. Corpo. Memória. Metáfora. Poesia Contemporânea.Resumo
A presente pesquisa investiga a poética dos ossos como metáfora central da ancestralidade feminina na obra Jardim de Ossos (2020), de Marli Walker, com ênfase nos poemas primitiva e centenária. Por meio de uma análise atenta das imagens e da linguagem evocativa, conclui-se que os ossos não simbolizam apenas a corporeidade da protagonista, mas funcionam como repositórios de memória histórica e cultural, refletindo as experiências e as lutas das mulheres ao longo das gerações. A fundamentação teórica apoia-se nas contribuições de Simone de Beauvoir (1990), Antonio Candido (2000), Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha (2009), entre outros. Nos poemas analisados, a autora evoca uma tradição viva, em que as vozes ancestrais permeiam a vivência do eu poético e estabelecem um espaço de diálogo entre passado e presente.
Downloads
Referências
AZEVEDO, Juliana Cavalcante de. Identidade contemporânea na literatura de autoria feminina: uma leitura de Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector. In: MOSTRA CIENTÍFICA UNICESUMAR, 2018, Maringá. Anais [...]. Maringá: UniCesumar, 2018. Disponível em: https://www.unicesumar.edu.br/mostra-2018/wp-content/uploads/sites/204/2018/11/juliana_cavalcante_de_azevedo.pdf. Acesso em: 22 jun. 2025.
BEAUVOIR, Simone de. A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. 2. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. São Paulo, Queiroz ED. Ltda. e EDUSP, 1994.
CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade – Estudos de Teoria e História Literária. 8.ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 2000.
CUNHA, Maria Manuela Ligeti Carneiro da. Cultura com aspas: e outros ensaios. São Paulo: Cosac & Naify, 2009.
DUARTE, Constância Lima. Feminismo e literatura no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
EVARISTO, Conceição. A escrevivência e seus subtextos. In: DUARTE, Constância Lima; NUNES, Isabella Rosado (org.). Escrevivência: a escrita de nós – reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. São Paulo: Mina Comunicação e Arte; Itaú Social, 2020. p. 26–47.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.
PITTA, Danielle Perin Rocha. Iniciação à teoria do imaginário de Gilbert Durand.
2. ed. Curitiba: CRV, 2017.
PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Editora Record, 1976.
ROBLES, Martha. Mulheres, mitos e deusas: o feminino através dos tempos. Tradução de Débora Dutra Vieira e William Lagos. São Paulo: Goya, 2022.
WALKER, Marli. Jardim de Ossos. Cuiabá: Carlini e Caniato, 2020.