Violência contra a população negra na região sudeste do Brasil: uma análise epidemiológica/ Violence against black people of southeast Brazil: an epidemiological analysis/ Violencia contra la población negra en la región sureste de Brasil: un análisis epidemiológico

Autores

Palavras-chave:

Racismo, Violência, Saúde das Minorias Étnicas, Epidemiologia, Saúde Pública.

Resumo

Objetivo: conhecer o perfil epidemiológico dos casos de violência contra a população negra no Sudeste brasileiro. método: estudo epidemiológico descritivo, de caráter quantitativo e comparativo, com dados dos casos de violência contra a população negra no Sudeste brasileiro de janeiro de 2009 a dezembro de 2018 do sistema de informação de agravos de notificação. resultados: houve 386.373 notificações, e o número anual de casos cresceu no período. A violência contra mulheres foi 72,48% dos casos. A idade mais acometida foi de 20 a 29 anos (22,98%). O local com o maior número de notificações de violência foi a residência das vítimas (61,46%), e os principais responsáveis pela violência foram o cônjuge (17,90%), própria pessoa (15,79%) e amigos/conhecidos (12,93%). Os tipos de violência mais comuns foram física (37,82%), de repetição (19,29%) e psico moral (14,90%). conclusão: o perfil epidemiológico da violência contra a população negra revela um aumento anual no número de notificações nesse período, dados que refletem a opressão e a violência contra essa população, em especial às mulheres negras. Assim, são necessárias políticas públicas que atendam esses indivíduos buscando reduzir preconceitos e desigualdades estruturais.

Referências

Krug EG, Dahlberg LL, Mercy JA, Zwi AB, Lozano R, editors. World report on violence and health. Geneva: World Health Organization; 2002.

Goiz JA. Das teorias racialistas ao genocídio da juventude negra no Brasil contemporâneo: algumas reflexões sobre um país nada cordial. AEDOS. 2016; 8(19):108-127.

Silva TMGS. O colorismo e suas bases históricas discriminatórias. Direito UNIFACS–Debate Virtual. 2017; (201):1-19.

Sinhoretto J, Morais DS. Violência e racismo: novas faces de uma afinidade reiterada. Rev estud soc. 2018; (64):15-26.

Cerqueira D, Coelho, DSC. Democracia Racial e Homicídios de Jovens Negros na Cidade Partida. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. 2017 Jan 1-37.

Nascimento A. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 1ª ed. São Paulo: Perspectiva; 2016.

Brasil. Ministério da Saúde. Painel de Indicadores do SUS n°10. Temático Saúde da População Negra. Brasília. 2016; 7(10):1-81.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. Atlas da violência. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA; 2020.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 992, de 13 de maio de 2009. Institui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Diário Oficial da União, Brasília, 14 maio 2009. Seção 1, p. 31-32.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro; 2012.

Pereira VOM, Pinto IV, Mascarenhas MDM, Shimizu HE, Ramalho WM, Fagg CW. Violências contra adolescentes: análise das notificações realizadas no setor saúde, Brasil, 2011-2017. Rev bras epidemiol. 2020; 23(SUPL.1):e200004.

Waiselfisz IJ. Mapa da Violência 2012: A cor dos homicídios no Brasil. 1ª ed. Brasília; 2012.

Nunes AJ, Sales MCV. Violência contra crianças no cenário brasileiro. Ciênc saúde coletiva. 2016; 21(3): 871-880.

Mascarenhas MDM, Sinimbu RB, Malta DC, Silva MMA, Santos AF, Vieira MLFP, et al. Violência cometida por pessoa conhecida - Brasil, 2013. Ciênc Saúde Colet. 2017; 22(11):3763-3772.

Rocha RC, Côrtes MCJW, Dias EC, Gontijo ED. Violência velada e revelada contra idosos em Minas Gerais-Brasil: análise de denúncias e notificações. Saúde debate. 2018; 42(spe4): 81-94.

Aguiar MPC, Leite HA, Dias IM, Mattos MCT, Lima WR. Violência contra idosos: descrição de casos no Município de Aracaju, Sergipe, Brasil. Esc Anna Nery. 2015; 19(2):343-349.

Barufaldi LA, Souto RMCV, Correia RSB, Montenegro MMS, Pinto IV, Silva MMA, et al. Violência de gênero: comparação da mortalidade por agressão em mulheres com e sem notificação prévia de violência. Ciênc Saúde Colet. 2017; 22(9): 2929-2938.

Silva MCM, Brito AM, Araújo AL, Abath MB. Caracterização dos casos de violência física, psicológica, sexual e negligências notificados em Recife, Pernambuco, 2012. Epidemiol Serv Saúde. 2013; 22(3): 403-412.

Saliba O, Garbin CAS, Garbin AJI, Dossi AP. Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Rev. Saúde Públ. 2007; 41(3): 472-477.

Fernandes DA. O gênero negro: apontamentos sobre gênero, feminismo e negritude. Rev Estud Fem. 2016; 24(3):691-713.

Tavares JSC. Suicídio na população negra brasileira: nota sobre mortes invisibilizadas. Rev Bras Psicol. 2017; 4(1):73-5.

Melo MAS, Coleta MFDC, Coleta JADC, Bezerra JCB, Castro AM, Melo ALS, et al. Percepção dos profissionais de saúde sobre os fatores associados à subnotificação no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). Rev adm saúde. 2018; 18(71):17.

Downloads

Publicado

2021-12-01

Como Citar

Alves, K. B., Miotto, A. B. M., Gonçalves, F. A., Guimarães, M. P. de O., Silva, W. N. T. da, & Oliveira, S. V. de. (2021). Violência contra a população negra na região sudeste do Brasil: uma análise epidemiológica/ Violence against black people of southeast Brazil: an epidemiological analysis/ Violencia contra la población negra en la región sureste de Brasil: un análisis epidemiológico. Journal Health NPEPS, 6(2). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/jhnpeps/article/view/5463

Edição

Seção

Artigo Original/ Original Article/ Artículo Originale

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)