REPRESENTAÇÕES ESTÉTICAS NAS OBRAS GAIBÉUS, DE ALVES REDOL E HOMENS E CARANGUEJOS, DE JOSUÉ DE CASTRO/ REPRESENTATIONS AESTHETICS IN THE WORKS IN GAIBÉUS, OF ALVES REDOL AND HOMENS E CARANGUEJOS, OF JOSUÉ DE CASTRO
Resumo
Esta abordagem volta-se para o estudo dos elos de convergências e distanciamentos entre o Romance Gaibéus, de Alves Redol, que conta a saga dos ceifeiros de arroz na Lezíria do Ribatejo em Portugal, com a narrativa, Homens e Caranguejos, de Josué de Castro, o qual narra a trajetória cíclica da vida dos seres humanos que trabalham nos mangues do Recife no Brasil. Como ponto de partida, apresentamos alguns aspectos que se vislumbram a partir da leitura da obra Gaibéus, escrita em 1939, momento de diversas revoluções sócio-políticas, históricas e culturais, em diálogo com os elementos estruturais, espaço/tempo, do romance de autoria de Josué de Castro: Homens e Caranguejos, lançado em 1967. No plano da representação literária, as obras demarcam o traço cruel e avassalador da violência social, nos dois lados do Atlântico, com ênfase na temática da exploração em série e da fome, alimentada pela égide do sistema capitalista de organização social. Nossa reflexão elege como suporte teórico-metodológico as proposições de Eduardo Coutinho & Tânia Carvalhal (2005), Michel de Certeau (2002), Antonio Candido (1995), Ernst Fischer (1971), Benjamim Abdala Jr (1987), entre outros.
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Referências
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