DE ANIMAIS A MÁQUINAS: A DESUMANIZAÇÃO DA VIDA/FROM ANIMALS TO MACHINES: THE DEHUMANIZATION OF LIFE

Autores

  • Sandra J. Gindri UNEMAT

Resumo

Com base nos preceitos da literatura comparada, o presente artigo procura traçar um paralelo entre as obras, Vidas Secas de Graciliano Ramos e Gaibéus de Alves Redol, procurando investigar como no processo narrativo, as escolhas e perspectivas eleitas pelos narradores, a partir da relação de exploração, miséria, ausência de dignidade e redução da vida humana a coisa, a bicho ou a máquina, contribuíram para construir a desumanização das personagens nos dois romances, tornando-se fator determinante para a inversão do sentido do que é ser humano. Nessa perspectiva, elegemos para análise, tanto a prosa brasileira da década de 30, quanto a literatura neo-realista produzida em Portugal no mesmo decênio, por entender que ambas colocaram em evidência o marginalizado e o excluído. Assim, desnudando o drama social que assolava tanto o nordeste brasileiro, quanto o baixo Ribatejo, ambos os romances revelam como a miséria, a fome e a exploração distanciaram essas personagens de si mesmas transformando-as, por fim, em animais e máquinas.

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Referências

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Publicado

2017-05-10

Como Citar

Gindri, S. J. (2017). DE ANIMAIS A MÁQUINAS: A DESUMANIZAÇÃO DA VIDA/FROM ANIMALS TO MACHINES: THE DEHUMANIZATION OF LIFE. Revista Athena, 10(1). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/athena/article/view/1905

Edição

Seção

ARTIGOS/ ENSAIOS