Qualidade fisiológica e sanitária de sementes de angico-vermelho sobre o crescimento inicial de plântulas
DOI:
https://doi.org/10.5327/rcaa.v13i2.1187Palavras-chave:
Anadenanthera peregrina, controle biológico, controle químico, patologia de sementesResumo
O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de tratamentos para controle de fungos associados às sementes de angico-vermelho, e a sua influência no desenvolvimento inicial das plântulas. As sementes foram coletadas em duas situações distintas, já caídas no solo ou em legumes ainda fechados e fixados à planta. Foram analisadas sementes sem tratamento e tratadas com hipoclorito de sódio (NaClO) 1% durante um minuto, hipoclorito de sódio 2% por 10 minutos, fungicida Standak Top®, controle biológico com Trichoderma asperellum e imersão em água quente onde as sementes foram embebidas por 10 minutos em água a 45ºC e posteriormente imersas em água a 50ºC com circulação forçada durante 15 minutos. Avaliou-se a sanidade das sementes, a taxa de germinação, o índice de velocidade de germinação (IVG) e o grau de maturação das sementes em câmara de crescimento e, também avaliaram-se em casa de vegetação as variáveis relativas à produção de mudas como emergência e índice de velocidade de emergência (IVE), altura e massa das mudas. Os experimentos foram conduzidos em esquema fatorial 2x6 (coleta das sementes x tratamentos antifúngicos). Foram identificados os gêneros fúngicos Aspergillus, Colletotrichum, Curvularia, Fusarium, Penicillium e Rhizopus, associados às sementes. As sementes coletadas dos legumes ainda fechados fixados à planta apresentaram maior porcentagem de germinação e IVG. A germinação foi a única variável que apresentou diferença significativa em relação aos tratamentos. O uso do fungicida Standak Top® promoveu menor incidência fúngica, no entanto diminuiu a germinação das sementes quando comparado com a testemunha. Já a utilização do controle biológico mostrou ser eficaz para o controle, sem apresentar diferença da germinação comparada às sementes não tratadas.
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