Rendimento de genótipos de inhame-cará (Dioscorea spp.) no Planalto Norte Catarinense, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.30681/rcaa.v23i1.12779Palavras-chave:
Número de túberas, produtividade de túberas, massa média de túberasResumo
O inhame-cará ou cará (Dioscorea spp.), como é conhecido em grande parte do Brasil (regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste), é chamado somente de inhame nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Independente do nome regional, é nas regiões Nordeste e Norte onde apresenta maior importância alimentar, econômica e cultural devido à sua rusticidade, resiliência e tolerância ao calor e à seca. Mas devido sua adaptabilidade a diferentes condições edafoclimáticas, possui potencial também para o cultivo em outras regiões. São poucos os trabalhos caracterizando o potencial produtivo de genótipos de cará em diferentes regiões do país, principalmente na região Sul, onde não há relatos de estudos semelhantes, e a cultura é ainda pouco conhecida. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o potencial produtivo de acessos de inhame-cará na região do Planalto Norte de Santa Catarina. Foram avaliados cinco genótipos de inhame-cará: Flórida, Mimoso, Pezão, Branco Talo Roxo e Roxo 1. Estes foram plantados a campo, em Canoinhas-SC, nas safras de 2021/2022, 2022/2023 e 2023/2024. Foi realizada avaliação do rendimento de túberas dos genótipos e os dados foram submetidos a análises de variância e de agrupamento de médias. Observou-se que, em geral, considerando as três safras de cultivo, o inhame-cará Mimoso foi o genótipo com maior rendimento de túberas, com produtividade variando de 34,66 a 68,42 t ha-1. Branco Talo Roxo e Roxo 1 foram menos produtivos, enquanto que Flórida e Pezão apresentaram produtividade intermediária. Houve grande variação no número de túberas por hectare; mas, em geral, Flórida e Roxo 1 apresentaram maiores números de túberas que os demais genótipos na maioria das safras. Quanto à massa média de túberas, Mimoso e Pezão produziram túberas com valores médios das três safras acima de 1 kg, Flórida e Branco Talo Roxo apresentaram túberas em geral com peso intermediário, e Roxo 1 em geral túberas com menor massa média. Os rendimentos obtidos nestes experimentos, com média geral de 41,27 t ha-1, indicam grande potencial desta cultura e para o cultivo desses genótipos na região do Planalto Norte de Santa Catarina.
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