ANÁLISE DA CONECTIVIDADE ESTRUTURAL FRENTE AS ATIVIDADES ECONÔMICAS NA MATA ATLÂNTICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5327/rcaa.v15i1.1491

Palavras-chave:

Corredor Ecológico, Unidades de Conservação, Ecologia de Paisagem, SNUC

Resumo

A fragmentação de habitats decorrente da crescente atividade antrópica em áreas naturais constitui uma grande ameaça para a conservação da biodiversidade. Paisagens fragmentadas possuem a matriz original subdividida, causando o isolamento de habitats naturais. A conectividade pode ser ampliada em paisagens antropizadas através da implantação de corredores ecológicos, facilitando a manutenção de populações silvestres. O objetivo do estudo foi propor uma rede de corredores para a conexão estrutural de fragmentos de Mata Atlântica, na região de Ouro Preto, Mariana e Ouro Branco, em Minas Gerais, abrangendo um mosaico de Unidades de Conservação (UC). Para a realização do estudo foram classificadas imagens RapidEye, os usos do solo foram avaliados e as conectividades entre os maiores fragmentos foram demarcadas. Foram propostas duas categorias de corredores (Principal – 500 m de largura; e Secundários – 400 m de largura) para aumento da conectividade entre os maiores fragmentos. Ao adotar um efeito de borda de 400 m, encontrou-se um total de 64 fragmentos que apresentam áreas internas, os quais foram reduzidos para 30 quando a dimensão do efeito de borda foi ampliada para 500 m. As áreas internas resultantes da simulação foram interligadas pelo corredor ecológico principal, totalizando 110 km. Os corredores secundários 1, 2 e 3, apresentaram respectivamente 63 km, 40 km e 57 km. A região dispõe de uma grande rede de florestas e campos nativos que compõem o bioma Mata Atlântica, conectados por várias UC e Áreas de Preservação Permanentes (APP), possibilitando o planejamento de corredores ecológicos, que favoreçam a ocorrência dos processos ecológicos. A gestão da área deve restringir as atividades antrópicas, de forma a maximizar a efetividade da proteção à biodiversidade, principalmente levando-se em consideração a presença de importantes fragmentos de Mata Atlântica em propriedades privadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rossi Allan Silva, Colaborador no DCF/UFLA

Atuando com assessoria, consultoria e pesquisa (freelancer). Tendo foco em licenciamentos ambientais, cursos de capacitação, laudos, perícias, levantamentos técnicos, intermediação com órgãos ambientais, planejamento e gestão de recursos naturais. Empregando conhecimentos de geoprocessamento para realização de atividades como: Plano de Utilização Pretendida (PUP), Projeto Técnico de Reconstituição da Flora (PTRF), averbação de Reserva Legal (RL), recuperação de Área de Preservação Permanente (APP), elaboração de Laudos Técnicos necessários para regularização ambiental e mapeamentos do uso do solo, dentre outros

José Aldo Alves Pereira, Professor Associado – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – Departamento de Ciências Florestais (DCF).

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1977), mestrado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (1996) e doutorado em Ecologia (Conservação e Manejo da Vida Silvestre) pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002). Pós-Doutorado em Biologia Vegetal (PPGBV/Universidade Federal de Minas Gerais - 2011/2012). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal de Lavras. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, atuando nos seguintes temas: unidade de conservação, conservação da natureza, fitossociologia, incêndios florestais, recuperação de áreas degradadas e avaliação de impactos ambientais.

Dalmo Arantes de Barros, Consultor – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – Departamento de Ciências Florestais (DCF)

Em 1992 iniciou sua carreira acadêmica no Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Lavras e, tão logo concluiu a graduação, ingressou no curso de Mestrado, desenvolvendo sua dissertação na área de Manejo Florestal, sob a orientação do Professor Dr. Sebastião do Amaral Machado. Profissionalmente, trabalhou em diversos seguimentos do setor florestal. Na produção, inicialmente, atuou em uma empresa siderúrgica na região centro-oeste do estado de Minas Gerais, desenvolvendo atividades voltadas à produção de carvão vegetal oriundo de florestas plantadas. No setor público atuou durante um curto período, controlando e fiscalizando o uso dos recursos florestais e a conservação da biodiversidade no estado da Bahia. Na docência, em período noturno, por mais de 5 anos, ministrou disciplinas ligadas a temas ambientais em diferentes escolas profissionalizantes. No segmento ambiental, trabalhou durante mais de 8 anos no Departamento de Meio Ambiente de uma grande empresa mineradora da região do Planalto de Poços de Caldas, desenvolvendo diversos programas ambientais relacionados à conservação dos recursos naturais, gerenciamento de unidade de conservação, comunicação e educação ambiental, gerenciamento de resíduos, produção de mudas arbóreas nativas, recuperação ambiental de áreas mineradas, entre outros. Também executou inúmeras atividades geradas por ocasião dos processos de licenciamento ambiental nas áreas de influência da empresa, bem como as atividades relacionadas ao Sistema de Gestão Ambiental ISO 14.001:04. Em 24/02/2014, defendeu sua tese de doutorado no Departamento de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Lavras, cujo assunto tratou sobre a recuperação ambiental de áreas mineradas sob campos altimontanos na região do Planalto de Poços de Caldas. Desde então se dedica a atividades acadêmicas e de coordenação acadêmica junto a diversas universidades da região do sul de Minas Gerais, bem como a produção técnica de conteúdos específicos em diversos projetos em parceira com o MMA. IBAMA, SFB e INCRA e elaboração de cursos presenciais e a distância.

Gleisson de Oliveira Nascimento, Doutorando em Ciências de Florestas Tropicais/INPA

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (2003) mestrado (2005) e doutorado (2008) em Engenharia Florestal também pela UFLA. Foi analista ambiental do SFB/MMA (2009) e atualmente é professor adjunto IV da UFLA, lotado no Departamento de Ciências Florestais. É coordenador do curso de graduação em Engenharia Florestal desde 2012 e coordenador do curso de capacitação nacional para o Cadastro Ambiental Rural (CapCAR) - projeto UFLA/SFB/MMA. Atua nas áreas de Política e Legislação Florestal, Planejamento e Gestão de Recursos Naturais.

Luís Antônio Coimbra Borges, Professor Adjunto – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – Departamento de Ciências Florestais (DCF)

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (2003) mestrado (2005) e doutorado (2008) em Engenharia Florestal também pela UFLA. Foi analista ambiental do SFB/MMA (2009) e atualmente é professor adjunto IV da UFLA, lotado no Departamento de Ciências Florestais. É coordenador do curso de graduação em Engenharia Florestal desde 2012 e coordenador do curso de capacitação nacional para o Cadastro Ambiental Rural (CapCAR) - projeto UFLA/SFB/MMA. Atua nas áreas de Política e Legislação Florestal, Planejamento e Gestão de Recursos Naturais.

Referências

ABDO, M.T.V.N.; VIEIRA, S.R.; MARTINS, A.L.M.; SILVEIRA, L.C.P. Estabilização de uma voçoroca no pólo Apta centro Norte Pindorama, SP. Revista Tecnologia & Inovação Agropecuária, v. 1, n.1, p. 135-141, jun., 2008.

BANKS-LEITE, C.; EWERS, R.M.; METZGER, J.P. Edge effects as the principal cause of area effects on birds in fragmented secondary forest. Oikos, v. 119, n. 6, p. 918-926, jan., 2010.

BRASIL. Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira, versão 2.2. Brasília: Ministério do Meio Ambiente-MMA / Secretaria de Biodiversidade e Florestas-SBF, set, 2007.

BRASIL. Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22, ago., 2002.

BRASIL. Lei 9.985, de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19, jul., 2000.

BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25, mai., 2012.

CAIAFA, A. N.; SILVA, A. F. da. Composição florística de um campo de altitude no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais – Brasil. Rodriguésia, Rio de janeiro, v. 56, n. 87, p. 163-173, 2005.

CANDIDO, D.H.; NUNES, L. Distribuição espacial dos fragmentos de vegetação arbórea da região metropolitana de campinas: uma análise com uso de ferramentas de geoprocessamento. Revista Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 5, n. 1, p. 82-105, 2010.

CARVALHO, C. da S.; RIBEIRO, M. C.; CÔRTES, M.C.; GALETTI, M.; COLLEVATTI, R. G. Contemporary and historic factors influence differently genetic differentiation and diversity in a tropical palm. Nature/Heredity, online, pp. 1-9, 2015.

CARVALHO, L. M. T. de. Detecção de modificações na cobertura do solo. In: CARVALHO, L. M. T. de; SCOLFORO, J. R. S. (eds.). Inventário Florestal de Minas Gerais: Monitoramento da flora nativa 2005-2007. Lavras: Editora UFLA, 2008. 357 p.

COFFIN, A. W. From roadkill to road ecology: a review of the ecological effects of roads. Journal of Transport Geography, v. 15, n. 5, p. 396–406, 2007.

COLLINGE, S. K. Ecology of fragmented landscapes. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2009. 340 p.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, 2ª Edição. Rio de Janeiro, EMBRAPA Solos, 2006. 306 p.

FEARNSIDE, P. M. Brazil’s Cuiabá-Santarém (BR-163) highway: the environmental cost of paving a soybean corridor through the Amazon. Environmental Management, v. 39, p. 601–614, 2007.

FERREIRA, L.V.; LAURANCE, W. F. Effects of forest fragmentation on mortality and damage of selected trees in central Amazonia. Conservation Biology, v. 11, p. 797–801, 1997.

FORMAN, R. T. T. Land mosaics: The ecology of landscapes and regions. Cambridge: Cambridge University Press. 1995. 632 p.

GOMES, F.M. História da siderurgia no Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1983. 409p.

GOODWIN, B.J. Is landscapes connectivity a dependent or independent variable? Landscape Ecology, p. 18:687-699, 2003.

GUERRA, C. B.; CARVALHO, R. S. A Bacia do Rio Piracicaba. In: GUERRA, C. B. Org. Expedição Piracicaba 300 Anos Depois. 1 ed. Belo Horizonte: SEGRAC, 2001. 156 p.

HELLMUND, P. C.; SMITH, D. S. (Editors). Designing greenways: sustainable landscapes for nature and people. Washington, Covelo e Londres: Island Press, 2006. 271 p.

HERMUCHE, P. M.; FELFILI, J. M. Relação entre NDVI e florística em fragmentos de floresta estacional decidual no Vale do Paranã, Goiás. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 1, p. 41-52, jan.-mar., 2011.

HILTY, J. A.; LIDICKER Jr., W. Z.; MERENLENDER, A. M. Corridor ecology: the science and practice of linking landscapes for biodiversity conservation. Washington, Covelo e Londres: Island Press, 2006. 323 p.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indicadores de desenvolvimento sustentável 2004-Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 15 out. 2010.

KREMEN, C.; RAYMOND I.; LANCE, K. As interdisciplinary tool for monitoring conservation impacts in Madagascar. Conservation Biology, v. 12, n. 3, p. 549-563, 1998.

LAURANCE, W. F.; NASCIMENTO, H. E. M.; LAURANCE, S. G.; ANDRADE, A.; EWERS, R. M.; HARMS, K. E.; LUIZA, R. C. C.; RIBEIRO, J. E. Habitat Fragmentation, Variable Edge Effects, and the Landscape-Divergence Hypothesis. PLoS ONE, v. 2, n. 10, e1017, out., 2007.

LAURANCE, W.F., LOVEJOY, T.E., VASCONCELOS, H.L., BRUNA, E.M., DIDHAM, R.K., STOUFFER, P.C., GASCON, C., BIERREGAARD, R.O., LAURANCE, S.G. & SAMPAIO, E. Ecosystem decay of Amazonian forest fragments: a 22-year investigation. Conservation Biology, v. 16, n. 3, p. 605-618, jun., 2002.

LIMA, W. de P.; ZAKIA, M. J. B. Indicadores hidrológicos em áreas florestais. Série Técnica IPEF, v. 12, n. 31, p. 53-64, abr., 1998.

MARTINELLI, G. Mountain biodiversity in Brazil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 30, n. 4, p. 587-597, 2007.

MECHI, A.; SANCHES, D.L. Impactos ambientais da mineração no Estado de São Paulo. Estudos Avançados, São Paulo, v. 24, n. 68, 2010.

METZGER, J. P. O Código Florestal tem base científica? Natureza & Conservação, v. 8, n. 1, p. 1-5, 2010.

METZGER, J. P. W. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotropica, Campinas-SP, v. 1, n. 1/2, p.1-9, 2001.

MOCOCHINSKI, A.Y.; SCHEER, M.B. Campos de altitude na serra do mar paranaense: Aspectos florísticos. Floresta, Curitiba, PR, v. 38, n. 4, p. 625-640, 2008.

OLIVEIRA-FILHO, A. T.; CARVALHO, W. A. C.; MACHADO, E. L. M.; HIGUCHI, P.; APPOLINÁRIO, V.; CASTRO, G. C.; SILVA, A. C.; SANTOS, R. M.; BORGES, L. F.; CORRÊA, B. S.; ALVES, J. M. Dinâmica da comunidade e populações arbóreas da borda e interior de um remanescente florestal na Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, em um intervalo de cinco anos (1999-2004). Revista Brasileira de Botânica, v. 30, n. 1, p. 149-161, jan.-mar., 2007.

OPDAM, P. Metapopulation theory and habitat fragmentation: a review of holarctic breeding bird studies. Landscape Ecology, v. 5, n. 2, p. 93-106, 1991.

RIBEIRO, K. T.; FREITAS, L. Impactos potenciais das alterações no Código Florestal sobre a vegetação de campos rupestres e campos de altitude. Biota Neotropica, v. 10, n. 4., 2010.

SÁNCHEZ, L. E. Mineração: Planejamento para o fechamento prematuro de minas. REM: Revista Escola de Minas, Ouro Preto, v. 64, n. 1, p. 117-124, 2011.

SCALCO, R. F.; GONTIJO, B. M. Mosaico de unidades de conservação: da teoria à prática. O caso do mosaico de unidades de conservação da APA Cachoeira das Andorinhas – Ouro Preto/MG. Geografia, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p. 75-92, jul.-dez., 2009.

SILVA, R. A.; PEREIRA, J. A. A.; BARROS, D. A. de; BORGES, L. A. C.; TEIXEIRA, M. D.; ACERBI-JUNIOR, F. W. Avaliação da cobertura florestal na paisagem de Mata Atlântica no ano de 2010, na região de Ouro Preto MG. Cerne, Lavras, v. 21, n. 2, 2015.

TABARELLI, M., LOPES, A.V., PERES, C.A. Edge-effects drive Tropical Forest fragments towards an early-successional system. Biotropica, v. 40, p. 657–661, 2008.

TAYLOR, P.D.; FAHRIG, L.; WITH, K.A. Landscape connectivity: a return to the basics. In: K. Crooks & M. Sanjayan. Connectivity Conservation. Cambridge University Press, Conservation Biology, v. 14, p. 29-43, 2006.

VASCONCELOS, M.F. de; RODRIGUES, M. Patterns of geographic distribution and conservation of the open-habitat avifauna of southeastern Brazilian mountaintops (campos rupestres and campos de altitude). Papéis Avulsos de Zoologia, v. 50, n. 1, 2010.

Downloads

Publicado

2017-03-07

Como Citar

Silva, R. A., Pereira, J. A. A., Barros, D. A. de, Nascimento, G. de O., & Borges, L. A. C. (2017). ANÁLISE DA CONECTIVIDADE ESTRUTURAL FRENTE AS ATIVIDADES ECONÔMICAS NA MATA ATLÂNTICA. Revista De Ciências Agro-Ambientais, 15(1). https://doi.org/10.5327/rcaa.v15i1.1491

Edição

Seção

Ciências Florestais