Avaliação da presença de espécies exóticas em unidades de conservação estaduais de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.5327/rcaa.v15i2.1776Palavras-chave:
Plantas Invasoras, Áreas Protegidas, Contaminação BiológicaResumo
Este estudo avaliou a ocorrência e o impacto de espécies exóticas vegetais em unidades de conservação (UCs) estaduais de Minas Gerais. Foram consultados 13 planos de manejo de UCs das categorias Parque Estadual e Estação Ecológica e foi levantada uma relação das espécies exóticas encontradas. Os dados foram comparados com a lista de espécies exóticas invasoras do Brasil, gerida pelo Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. Foram verificadas 72 diferentes espécies exóticas, as quais foram separadas em três classes: i) espécies descritas na base de dados Instituto Hórus (20), ii) espécies inexistentes no mesmo banco de dados (13) e iii) espécies exóticas regionais (39). A comparação entre as UCs utilizando o índice de Jaccard e análise de clusters distinguiu dois grupos quanto à similaridade florística em termos de espécies exóticas, sendo eles: i) grupo formado pelo Parque Estadual Serra Verde e Parque Estadual do Rio Doce; ii) grupo formado pelo Parque Estadual do Biribiri; Parque Estadual Serra do Papagaio e Parque Estadual Pico do Itambé. Esse trabalho forneceu o relato inicial sobre a contaminação biológica em unidades de conservação estaduais de Minas Gerais e atenta para a necessidade de criação de ações de controle e monitoramento de espécies exóticas invasoras.Downloads
Referências
ÁVILA, G. C.; SOUZA, D. E. Incêndios Florestais no Parque Estadual do Biribiri e entorno imediato, entre 2007 e 2011 e suas relações com a presença humana. In: VII CONGRESSO
BRASILEIRO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 2012, Natal. Anais. Natal: Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, 2012. p. 1-20.
BARUCH, Z.; LUDLOW, M.M.; DAVIS, R. Photosynthetic responses of native and introduced C4 grasses from Venezuela savannas. Oecologia. v. 67, p. 388-393, 1985.
BRASIL. Decreto nº 2, de 5 de junho de 1992. Estabelece A Convenção Sobre Diversidade Biológica. Brasília. 32 p.
BRASIL. Lei nº 9985, 18 julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza. Brasília. 16 p.
CAMPOS, J. B.; TOSSULINO, M. G. P.; MÜLLER, C. R. C. Unidades de Conservação: Ações para valorização da biodiversidade.
Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2006. 348p.
DEHNEN-SCHMUTZ, K.; TOUZA, J.; PERRINGS, M. W. A century of the ornamental plant trade and its impact on invasion success. Diversity and Distribution, Malden, v. 13, p. 527-534. 2007.
ESPÍNDOLA, M. B.; BECHARA, F. C.; BAZZO, M. S.; REIS, A. Recuperação ambiental e contaminação biológica: aspectos ecológicos e legais. Biotemas, Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 27-38, 2005.
FAGUNDES, V. J. Incêndios florestais em unidades de conservação de proteção integral da região metropolitana de Belo Horizonte. Lavras-MG: Universidade Federal de Lavras, 2016. 122 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias e Inovações Ambientais), Universidade Federal de Lavras, 2016.
FILGUEIRAS, T. S. Africanas no Brasil: gramíneas introduzidas da África. Cadernos de Geociências. v. 5, p. 57-63, 1990.
GARDENER, M. R.; BUSTAMANTE, R. R.; HERRERA, I.; DURIGAN, G.; PIVELLO, V. R.; MORO, M. F. 2011. Plant invasions research in Latin America: fast track to a more focused agenda. Plant Ecology & Diversity. V. 5, p . 1-8, 2011.
INSTITUTO HÓRUS DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL. Base de dados nacional de espécies I3N do Brasil, Florianópolis, 2000. Disponível em: <http://i3n.institutohorus.org.br/www>. Acesso em 17 de Ago. 2016.
JOHNSON, R. A.; WICHNER, D. W. Applied multivariate statistical analysis. New Jersey: Prentice-Hall, 1988. 607 p.
KEANE, R. M. & CRAWLEY, M. J. Exotic plant invasions and the enemy release hypothesis. Trends in Ecology & Evolution. v. 17, p. 164 -170. 2002.
LEÃO, T. C. C.; ALMEIDA, W. R. Contextualização sobre espécies exóticas invasoras. Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, 2009. 63 p.
LEÃO, T. C. C.; ALMEIDA, W. R.; DECHOUM, M. S.; ZILLER, S. R. Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil: Contextualização, Manejo e Políticas Públicas. Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, 2011. 99 p.
LOPES, W. P., SILVA, A. F., SOUZA, A. L. Estrutura fitossocióloga de um trecho de vegetação arbórea no Parque Estadual do Rio Doce - Minas Gerais, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 16 n. 4, p. 443-456, 2002.
MATTHEWS, S.; BRAND, K. América do Sul invadida: a crescente ameaça das espécies exóticas invasoras. GISP, Programa Global de Espécies Exóticas Invasoras. 2005.
MIRANDA NETO, A.; MARTINS, S. V.; SILVA, K. A. S.; GLERIANI, J. M. Relações ecológicas entre estratos de uma área restaurada, com 40 anos, Viçosa-MG. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 19, n. 4, p. 393-404, 2012.
MOITA NETO, J. M.; MOITA, G. C. Uma introdução à análise exploratória de dados multivariados. Química Nova, São Paulo, v. 21, n. 4, p. 467-469, 1998.
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons, 1974. 547 p.
MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000.
PIVELLO, V. R.; CARVALHO, V. M. C.; LOPES, P. F.; PECCININI, A. A.; ROSSO, S. Abundance and distribution of native and alien grasses in a “cerrado” (Brazilian savannas) Biological Reserve. Biotropica, v.31, n.1, p. 72-82, 1999.
PIVELLO, V. R. 2011. Invasões biológicas nos cerrados brasileiros: efeitos da introdução de espécies exóticas sobre a biodiversidade. Ecologia, INFO 33. Disponível em: Acesso em 17 Ago. 2016.
SAMPAIO, A. B.; SCHMIDT, I. B. Espécies exóticas invasoras em unidades de conservação federais do Brasil. Biodiversidade Brasileira. v. 3, n. 2, p. 32-49, 2013.
SANTOS, A. R.; BERGALLO, H. G.; ROCHA, C. F. D. Paisagem urbana alienígena. Ciência Hoje. v. 41, p. 68-73, 2008.
SILVA, L.V.C., VIANA, P. L. & MOTA, N.F O. 2008. Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Papagaio, Minas Gerais, Brasil. Instituto Estadual de Florestas, Belo Horizonte.
SILVA, P. H. M.; POGGIANI, F.; MORI, E. S.; DIAS, C. T. S.; CIERO, L. D. Potencial de Invasão de eucalipto pelas sementes produzidas nos plantios comerciais. Circular Técnica. n. 203, p. 1-7, 2011.
SIQUEIRA, J. D. P.; LISBOA, R. S.; ZAMPIER, A. C. 2004. Plano de Manejo do Parque Estadual do Pico do Itambé, Minas Gerais, Brasil. Instituto Estadual de Florestas, Belo Horizonte.
SHEPHERD, G. J. Fitopac 2.1. Campinas: Departamento de Botânica, Universidade Estadual de Campinas, 2010.
SPEAR, D.; FOXCROFT, L. D.; BEZUIDENHOUT, H.; MECGEOCH, M. A. Human population density explains alien species richness in protected areas. Biological Conservation, v. 159, p. 137-147, 2013.
SOUZA, R. C. C. L.; CALAZANS, S. H.; SILVA, E. P. Impacto das espécies invasoras no ambiente aquático. Ciência e Cultura. v. 61, n. 1, p. 35-41, 2009.
TABARELLI, M.; GASCON, C. Lições da pesquisa sobre fragmentação aperfeiçoando políticas e diretrizes de manejo para a conservação da biodiversidade. Megadiversidade. v. 1, n. 1, p. 181-188, jul. 2005.
VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. R.; LIMA, J. C. A. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, 1991. 124 p.
WILLIAMS, D. G.; BARUCH, Z. African grass invasion in the Americas: ecosystem consequences and the role of ecophysiology. Biological Invasions, v. 2, p. 123-140, 2000.
ZILLER, S. R.; DECHOUM, M. S. Degradação ambiental causada por plantas exóticas invasoras e soluções para o manejo em unidades de conservação de proteção integral. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA. 58. 2007, São Paulo, SP. Anais. São Paulo: Sociedade Botânica do Brasil, 2007. p. 356-360.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Lucas Fernandes Rocha, Gumercindo Souza Lima, Sebastião Venâncio Martins, Fillipe Tamiozzo Pereira Torres, Cristiano Rodrigues Reis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY NC ND 4.0)
Recomenda-se a leitura desse link para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.
A obra Revista de Ciências Agroambientais (ISSN 1677-6062) está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.