Qualidade de grãos de soja úmida armazenados temporariamente em silo bolsa

Resumo

O déficit de capacidade estática nos armazéns e o excesso de chuvas, que coincidem com o período de colheita da soja, são uns dos principais agravantes que os produtores agrícolas do estado de Mato Grosso enfrentam. O uso do silo bolsa na própria fazenda, para o armazenamento temporário dos grãos pode ser uma alternativa viável para amenizar a perda de qualidade da soja devido a esses agravantes. Assim, objetivou-se com este trabalho avaliar o armazenamento temporário da soja úmida em silo bolsa, com a finalidade de verificar o tempo permissível de armazenagem antes do pré-processamento dos grãos. Para o experimento foi utilizado um silo bolsa com dimensões de 9 m de comprimento por 1,5 m de altura, no qual, foi armazenada soja úmida com diferentes teores de água, 26,0; 15,5 e 23,0%, respectivamente para os Pontos denominados neste estudo como 1, 2 e 3.  A soja armazenada apresentou qualidade inicial baixa, com alto teor de água, média geral de 22%, e grande quantidade de vagens verdes. Para acompanhamento da manutenção da qualidade, foram avaliadas variáveis físicas e fisiológicas, a saber: teor de água, massa de mil grãos, massa específica aparente, massa específica unitária, germinação e envelhecimento acelerado, e realizada a classificação dos grãos. Os grãos de soja com teores de água iniciais de 26,0 e 23,0% b.u. não apresentaram condições de serem armazenados por mais de 3 dias em silo bolsa. Enquanto que os grãos com teor de água de 15,5% b.u. podem ser armazenados temporariamente em silo bolsa, por pelo menos 18 dias, até que os grãos possam ser pré-processados com mais cautela, e sem prejuízos na sua qualidade física. O alto teor de água e a grande quantidade de vagens verdes presentes nos Pontos 1 e 3 contribuíram para o aumento da deterioração da massa de grão armazenada em silo bolsa, assim como na redução no seu potencial fisiológico e no aumento do percentual de grãos avariados.