TRAJETÓRIA DE ESCOLARIZAÇÃO DE UM JOVEM INDÍGENA JAMINAWA NO ESTADO DO ACRE: FORMAS DE PERCEPÇÃO E ANULAÇÃO DE UMA ORDEM/SCHOOLING PATH OF A YOUNG JAMINAWA INDIGENOUS IN THE STATE OF ACRE: WAYS OF PERCEPTION AND CANCELLATION OF AN ORDER
DOI:
https://doi.org/10.30681/ecos.v36i01.13251Palavras-chave:
Jaminawa, Escola, Alunos Indígenas, PreconceitoResumo
O presente estudo teve como objetivo apresentar a trajetória de escolarização de um jovem indígena Jaminawa que aprendeu a falar a Língua Portuguesa somente aos 10 anos, quando chegou à cidade. Os Jaminauás, também chamados Jaminawa, Iaminauá ou Yaminawá, são um grupo indígena que habita o estado brasileiro do Acre (mais precisamente nas Terras Indígenas do Alto Rio Purus, da Cabeceira do Rio Acre, Jaminawa do Igarapé Preto, Jaminawa Arara do Rio Bagé e Mamoadate). Os Jaminawas são falantes de uma língua chamada Jaminauá, do tronco linguístico Pano e, em terras brasileiras, localizam-se predominantemente no Acre e no Amazonas, mas também são encontrados na Bolívia e no Peru. Em 2020, o grupo era constituído por aproximadamente 1.498 indivíduos, segundo dados do IBGE. Utilizamos como procedimentos metodológicos de coleta um questionário com perguntas discursivas e, nesse segmento, como metodologia de análise, baseamo-nos em pressupostos da história de vida. Para referendar as análises, trabalhamos com a perspectiva de alguns autores que contribuem para a perspectiva analítica aqui empreendida, tais como: Barros & Silva (2002), Arruda (2010), Candau (2011), Alcântara (2015) e Coelho (2002), dentre outros. Conclui-se que, apesar de toda a legislação referente aos direitos dos povos indígenas de forma igualitária aos demais, ainda persiste, no Estado do Acre, preconceito e discriminação contra os povos indígenas. Tal realidade continua a atravessar o processo de construção de identidade, bem como a vida educacional dos povos originários do Brasil nas escolas urbanas.
Downloads
Referências
ACRE, LEI N. 1.028, de 28 de abril de 1992, Cria o Município de Santa Rosa, desmembrado do município de Manoel Urbano e fixa seus limites. Rio Branco, 1992. Disponível em: https://www.al.ac.leg.br/ Acesso em: jun. 2023.
ACRE, LEI N. 1.062, de 06 de outubro de 1992, Dar nova redação a Lei N. 1.028/1992. Rio Branco, 1992. Disponível em: https://www.al.ac.leg.br/ Acesso em: jun. 2023.
ACRE, LEI Nº 2.965, DE 2 DE JULHO DE 2015, Aprova o Plano Estadual de Educação para o decênio 2015-2024 e dá outras providências. Rio Branco, 2015.
ALCANTARA, Ramon Luís de Santana. Formação para diversidade? Desafios de professores em Grajaú - MA. Tese de doutorado. Universidade Federal do Maranhão. Programa de Políticas Públicas. São Luiz, 2015.
ARRUDA, Rinaldo Sérgio Vieira. Fronteiras e identidades: os Manchineri e os Jaminawa na tríplice fronteira Brasil/Bolívia/Peru. In: Revista Sociedade e Cultura, Goiânia, v. 13, n. 1, p.25-37, jan./jun. 2010.
BARROS, V. A.; SILVA, L. R. A pesquisa em História de Vida. In: GOULART, I. B. (org.) Psicologia Organizacional e do Trabalho: teoria, pesquisa e temas correlatos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
BRASIL. Lei n. 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Brasília, 1973.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996.
CANDAU, V. M. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Revista Currículo sem Fronteiras, v.11, n. 02, pp. 240-255, Jul/Dez, 2011.
COELHO, Elizabeth Maria B. Territórios em confronto: a dinâmica da disputa pela terra entre índios e brancos no Maranhão. São Paulo: Hucitec, 2002.
FUNAI — FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO. Política Indigenista, 2020. Disponível em http://www.funai.gov.br/ : Acesso em: jun. 2023.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Brasileiro de 2020. Rio de Janeiro: IBGE, 2020.
ISA - INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Terras indígenas: ameaças, conflitos e polêmicas. Disponível em: Acesso em: jun. 2023.
ISA - INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Quadro Geral dos Povos. Povos Indígenas do Brasil. "Yaminawa". Acesso em: jun. 2023.
PINHEIRO, G. A.; NASCIMENTO, R. do. ALUNOS INDIGENAS NO CONTEXTO ESCOLAR URBANO: ENCONTROS E DESENCONTROS. Revista de Comunicação Científica, [S. l.], v. 1, n. 1, 2016. Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/rcc/article/view/1396. Acesso em: 3 jul. 2023.