ENTRE A CENA, O ESMAECIMENTO E O ATO - QUANDO AS MÁQUINAS PARAM, DE PLÍNIO MARCOS/BETWEEN THE SCENE, THE FADING AND THE ACT – QUANDO AS MÁQUINAS PARAM, BY PLÍNIO MARCOS
Resumo
Ancorando-se nas contribuiçõesde Pallottini (1989) no que tange à configuração de personagens, ampliadas pelos estudosde Costa e Bruschini (1992), Louro (1997) e Moro (2001) acerca de gênero e nos postulados de Mignolo (2003), Santiago (2004) e Moreiras (2001) sobrereflexões de subalternidade, o objetivodeste artigo é analisar a peça Quando as máquinas param, de Plínio Marcos, focalizando o locus em que se constituem as personagens e as vozes que se manifestam ou se silenciam na diegése. Nesse sentido, será destacado o confronto ideológico entre o gênero masculino e o feminino nas vozes ideológicas contidas no drama. Materializam-se, de um lado, a força do poder opressor (figurativizado pela personagem Zé); de outro, o discurso da ponderação (contido na voz da esposa Nina), projetando, na cena, o confronto discursivo entre os gêneros.
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Referências
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