NAS TEIAS DA CRIAÇÃO ISAAQUIANA

Autores

  • Francisca Lourdes Louro Doutora em Poética e Hermenêutica Crítica Literária pela UC- Coimbra.

Resumo

O poema, A teia, de Isaac Ramos, despertou interesse logo que foi lido. A presença das palavras, a disposição dos sentidos, as possibilidades do encontro do que está escondido, fez-me trilhar nas malhas da teia enredada da poesia. O caso de Isaac Ramos, por exemplo, é diferente. Não só escreve bem, como escreve com elegância o mundo dos sentidos que a poesia pode evocar. Utiliza o verbo inicial de forma imperativa e evocativa e tem função de efeito, além do tom que, por todo texto, faz proliferar vozes interiores de outros poetas já narradas em tempos ilhas. Recorre aos elementos homéricos, franceses, e mais, o arguto poeta, cria palavra como a que é muito original: empoeme. Com esta palavra o tema apresenta-se com uma noção nova que, igualmente aparece nas poesias antigas. Como em Camões? Em Pessoa? Tantos. Olhar a poesia de Ramos “em janelas de palavras”, é olhar o céu verbal que se povoa sem cessar de novos astros, o mundo poético, com os olhos voltados para o mundo que só se mostra em palavras: a poesia.

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Publicado

2015-07-08