CONCEPÇÕES DE PROFESSORES SOBRE CONTAR HISTÓRIAS NA ESCOLA

Autores

  • Ana Maria Zilles Professora Titular, PPG em Linguística Aplicada da Unisinos.
  • Jeferson Kern

Resumo

Diversas áreas de conhecimento têm destacado a importância das narrativas, tanto de cunho ficcional quanto de experiências pessoais, nas sociedades humanas. Elas são abordadas, por um lado, relativamente ao caráter autobiográfico de constituição do eu, e por outro, como prática social, mediando a interação constitutiva entre o eu e o outro, num processo que se estende à criação e manutenção da própria cultura. Neste estudo, são examinados dados sobre narrativas na escola, em Santa Maria do Herval, RS, focalizando o papel dos professores como mediadores do processo de aprendizado da leitura por crianças através da contação de histórias como prática pedagógica. Procedimentos de pesquisa qualitativa conduzem à obtenção dos dados. A observação participante em diversas escolas mostra que a maioria dos professores do Ensino Fundamental não conta histórias em aula. A análise de entrevistas semi-estruturadas com aqueles que o fazem revela concepções da prática de contar histórias muito apropriadas e alinhadas com a literatura especializada sobre narrativas. Conclui-se que é necessário melhorar a formação dos professores sobre essa prática social e desenvolver políticas educacionais locais mais apropriadas a esse respeito.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BASTAZIN, V. Literatura y cine: La cuestión de La narratividad.

CUADERNOS LITERARIOS, Lima, v. 1, n. 7, p. 53 - 68, 2008.

BASTOS, L. C. Contando estórias em contextos espontâneos e

institucionais – uma introdução ao estudo da narrativa. CALIDOSCÓPIO,

São Leopoldo, v. 3, n. 2, p.74 - 87, 2005.

BRUNER, J. The narrative construction of reality. CRITICAL INQUIRY,

Chicago, v. 18, n. 1, p. 1-21, 1991.

BRUNER, J. Atos de Significação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

BRUNER, J. A cultura da educação. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

BRUNER, J. Self-making narratives. In: FIVUSH, R. e HADEN, C.A.

(Org.). Autobiographical memory and the construction of a narrative

self. Mahwah, N.J. : Lawrence Erlbaum Associates, 2003. p. 209-225.

FIVUSH, R. e HADEN, C. A. Autobiographical memory and the

construction of a narrative self. Mahwah, N.J.: Lawrence Erlbaum

Associates, 2003.

GALEANO, E. O Livro dos Abraços. Porto Alegre: L&PM, 2011.

GARCEZ, P. M. A organização da fala-em-interação na sala de aula:

controle social, reprodução de conhecimento, construção conjunta de

conhecimento. CALIDOSCÓPIO, São Leopoldo, v. 4, n. 1, p.66-80, 2006.

GEE, P. Discourse analysis: stories go to school. In: ______. Social

Linguistics and Literacies: Ideology in Discourses. New York: The

Cromwell Press, 2008, p. 130-149.

HEATH, S. B. Ways with words: Language, life, and work in communities

and classrooms. Cambridge: Cambridge University Press, 1983.

HEATH, S. B. What no bedtime story means: narrative skills at home and

school. In: DURANTI, A. (ed.). Linguistic anthropology – a reader.

Oxford: Blackwell, 2001. p. 319-342.

LEICHTMAN, M. D., WANG, Q. e PILLEMER, D. B. Cultural Variations

in interdependence and autobiographical memory: lessons from Korea,

China, India, and the United States. In: FIVUSH, R. e HADEN, C.A. (Org.). Autobiographical memory and the construction of a narrative self.

Mahwah, N.J. : Lawrence Erlbaum Associates, 2003. p. 73-98.

MARQUES, G. G. Viver para contar. Rio de Janeiro: Record, 2003.

MICHAELS, S. Apresentações de narrativas: uma preparação oral para a

alfabetização com alunos de primeira série. In: COOK-GUMPERZ, J.

(org.). A Construção Social da Alfabetização. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1991. p. 109-137.

MONTERO, R. A Louca da Casa. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

NELSON, K. Narrative and Self, Myth and Memory: Emergence of the

Cultural Self. In: FIVUSH, R. e HADEN, C.A. (Org.). Autobiographical

memory and the construction of a narrative self. Mahwah, N.J. :

Lawrence Erlbaum Associates, 2003. p.03-28.

OCHS, E. e CAPPS, L. Narrating the self. ANNUAL REVIEWS OF

ANTHROPOLOGY, Palo Alto, v. 25, n. 1, 1996, p.19-43.

OCHS, E. e CAPPS, L. Living Narrative – Creating Lives in Everyday

Storytelling. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2001.

QUEIRÓS, B. C. Uma definitiva presença. NA PONTA DO LÁPIS, São

Paulo, v. 5, n. 11, p.25, 2009.

RAMOS, G. A imagem nos livros infantis: caminhos para ler o texto

visual. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

SIPE, L. R. Storytime: young children's literary understanding in the

classroom. New York: Teachers College Press (Columbia University), 2008.

TERZI, S. A construção da leitura. São Paulo: Pontes, 2001.

ZILLES, A. M. S. Leitura e mediação nos relatos de estudantes de Letras.

POLIFONIA, v. 17, n.19, p.133-160, 2009.

ZILLES, A. M. S.; HÉGLAN, H.; LIMBERGER, B. K. A avaliação na coconstrução

de narrativas de um livro de gravuras por mães e suas filhas de

três anos. DESENREDO (PPG em Letras da UPF), v. 3, n.2, p.151-181,

Downloads

Publicado

2015-07-09

Como Citar

Zilles, A. M., & Kern, J. (2015). CONCEPÇÕES DE PROFESSORES SOBRE CONTAR HISTÓRIAS NA ESCOLA. Revista ECOS, 13(2). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/ecos/article/view/671

Edição

Seção

LINGUÍSTICA/ LÍNGUA PORTUGUESA