LÍNGUAS AFRICANAS NO BRASIL: CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE NO TEMPO E NO ESPAÇO

Autores

  • Jocyare Cristina Pereira Souza Docente na Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR).

Resumo

Considerando o dispositivo teórico formulado por Guimarães (2005), o presente artigo propõe-se a refletir sobre a contribuição africana para o dinamismo da língua portuguesa no Brasil. Ao particularizar a contribuição africana, objetivamos compreender o deslocamento de sentido da palavra ‘quilombo’ ao longo da história. Nossas análises em torno do processo de ressignificação do conceito de “quilombo” – ou, em uma tomada mais antropológica, sua “ressemantização”- se instauram como forma de estabelecer uma discussão acerca da Lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, Alfredo Wagner B. Os quilombos e as novas etnias. In: O ?DWYER, Eliane Cantarino (org.). Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.

ARRUTI, José Maurício. A emergência dos “remanescentes”: notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas. Maná, 3(2), 1997.

BERNADINO, J.; GALDINO, D. (Org.). Levando a raça a sério: ação afirmativa e universidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2004.

BONVINI, E. (2008). Os vocábulos de origem africana na constituição do português falado no Brasil. In: FIORIN, J. L; PETTER, M. M. T. (orgs.). África no Brasil: a formação da língua portuguesa. São Paulo: Contexto, p. 101-144.

BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Guia de cadastramento de famílias quilombolas. 2ª ed. Brasília: MDS, 2010.

______. PROGRAMA BRASIL QUILOMBOLA. Comunidades Quilombolas Brasileiras. Regularização Fundiária e Políticas Públicas. Presidência da República/Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial/Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais. 2010.

CAVALLEIRO, E. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal 10.639/03. Brasília: Coleção Educação para Todos, 2005.

GARMADI, Juliette. Introdução à sociolinguística. Lisboa: Dom Quixote. 1983.

GUIMARÃES, E. Texto e Argumentação. 3ª ed. Campinas: Pontes, 1987.

______. Terra de Vera Cruz, Brasil. Rio de Janeiro: Cultura Vozes – 4, 1992.

______. Os Limites do Sentido. Campinas: Pontes, 1995.

______. Um Mapa e suas Ruas. DL/IEL/LABEURB – UNICAMP – Campinas, 1999.

______. Semântica do Acontecimento. 2º Edição. Ed.Pontes, 2005.

GUSMÃO, Neusa M. Mendes de. Terra de Pretos. Terra de Mulheres. Terra, mulher e raça num bairro rural negro. Brasília: Fundação Cultural Palmares, 1996.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10.ed. Trad. Tomaz T. da Silva e Guacira L. Louro. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2005 [1987].

_____. A questão multicultural. In: _____. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. pp. 49-94.

ILARI, Rodolfo. Introdução ao estudo do léxico – Brincando com as palavras. São Paulo: Contexto, 2002.

LEITE, Ilka Boaventura et alli. Descendentes de africanos em Santa Catarina: invisibilidade histórica e segregação. In: LEITE, Ilka Boaventura (org.). Negros no sul do Brasil: invisibilidade e territorialidade. Florianópolis: Letras contemporâneas, 1996. pp. 37-53.

______. Quilombos e quilombolas: cidadania ou folclorização? Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 5, n. 10, p. 123-150, maio de 1999.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. O léxico: lista, rede ou cognição social? In: Sentido e significação. Em torno da obra de Rodolfo Ilari. São Paulo: Contexto, 2004. p. 263-284.

NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. Petrópolis: Vozes, 1980.

NOVAIS, Fernando et al. História da vida privada no Brasil: Cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997

PINTO, Benedita Celeste de Moraes. Os remanescentes de quilombolas na região do Tocantins (PA): história, cultura, educação e lutas por melhores condições de vida. In: BRAGA, Maria Lúcia; SOUZA, Edileuza P. de; PINTO, Ana F. M. (org.). Dimensões da inclusão no Ensino Médio: mercado de trabalho, religiosidade e educação quilombola. Brasília: MEC, 2006.

QUEIROZ, D.M. O ensino superior no Brasil e as ações afirmativas para negros. Universidade & Sociedade, Brasília, DF, v. 12, n. 29, 2003.

RANCIÈRE, J. Os Nomes da História. Campinas, Pontes/ Educ, 1994.

RODRIGUES, Aryon Dall'lgna. Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Loyola, 1986.

RODRIGUES, Vera. “De gente da Barragem” a “Quilombo da Anastácia”: um estudo antropológico sobre o processo de etnogênese em uma comunidade quilombola no município de Viamão/RS. 2006. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006.

STRANGELOVE, M. As muralhas estão caindo. Rio de Janeiro: Internet World, 1995.

VILLALTA, Luiz Carlos. História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997

VOGT, Carlos; FRY, Peter. Cafundó: a África no Brasil. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1996.

Downloads

Publicado

2015-07-12

Como Citar

Souza, J. . C. P. (2015). LÍNGUAS AFRICANAS NO BRASIL: CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE NO TEMPO E NO ESPAÇO. Revista ECOS, 18(1). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/ecos/article/view/691