ORAÇÕES RELATIVAS EM EDITORIAS DE JORNAL: ANÁLISE DAS FORMAS PADRÃO E NÃO-PADRÃO
DOI:
https://doi.org/10.30681/fd.v1i13.13070Resumo
A gramática normativa estabelece que as orações relativas (nomenclatura alternativa para orações subordinadas adjetivas) devem ser introduzidas pelo pronome relativo que e obediência à relação de regência verbo-preposição. No entanto, já há um tempo, autores como Tarallo (1983) e Kato (1993) têm descrito outras formações que subvertem a norma: trata-se das relativas cortadoras e copiadoras, muito comum em textos orais. Inserido neste contexto, este estudo se propõe a realizar um levantamento das orações relativas mais predominantes atualmente nos gêneros jornalísticos, tomados como exemplos de textos escritos formais cultos a fim de responder a seguinte pergunta de pesquisa: em artigos de opinião publicados em jornais, em que se espera o atendimento à norma padrão, que tipo de oração relativa predomina, a padrão ou as formas não-padrão? Como metodologia, esse estudo apresenta uma pesquisa qualitativa e interpretativista, de base documental e bibliográfica, cujo corpus foi composto de três artigos de opinião, publicados por colunistas no jornal Gazeta Digital de Cuiabá, com o aporte teórico de Tarallo (1983), Mollica (1977), Kato (1993), Cohen (1986), entre outros. Os resultados demonstraram que nos artigos analisados predominaram as formas não-padrão, onde a linguagem se aproxima mais da fala cotidiana. Por fim, os resultados demonstraram que, nos textos analisados, as normas padrão são amplamente predominantes. Essa preferência reflete uma adequação às necessidades do gênero jornalístico, onde a clareza e a rapidez na transmissão da informação são essenciais.
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Referências
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