Eppur si muove: reflexões sobre a mobilidade do signo em “Heisenberg Me Olha”, de André Carneiro

Autores

  • Lilian Rocha de Azevedo

Resumo

O trabalho tem o objetivo de analisar o modo como se instaura a noção de movimento no poema “Heisenberg Me Olha”, de André Carneiro, com base nas reflexões teóricas de Aguinaldo Gonçalves (2011) sobre modulação. Modular é motivar o signo, esvaziá-lo e, em seguida, transformá-lo, movendo-o da esfera dos objetos comunicativos para o universo da expressão e da invenção estética. Esse procedimento é o fator que garante o dialogismo da obra de arte, que se instaura pelo trabalho interno com a linguagem. Assim, apesar da imobilidade que tendemos a impor às coisas que nos cercam, quando obedecemos a procedimentos responsáveis pela construção da imagem que singulariza o objeto conhecido, a mobilidade se evidencia. No poema analisado, o autor vale-se da Física Quântica e de reflexões sobre a própria linguagem para construir um objeto verbal que lida com o Princípio da Incerteza, dispondo semas que orbitam outros semas e se chocam, gerando novas cadeias de sentidos. Como partículas físicas, os semas movimentam-se, representando a própria mobilidade do signo.

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Publicado

2019-03-19

Como Citar

Azevedo, L. R. de. (2019). Eppur si muove: reflexões sobre a mobilidade do signo em “Heisenberg Me Olha”, de André Carneiro. Revista Fronteira Digital, 1(07). Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/fronteiradigital/article/view/3421