“CONTAR, ENTRE AS RACHADURAS, ESTA HISTÓRIA”:

FRAGMENTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA FORMAL EM O SOM DO RUGIDO DA ONÇA, DE MICHELINY VERUNSCHK

Autores

  • Vinicius Abreu Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

DOI:

https://doi.org/10.30681/real.v17i01.10851

Palavras-chave:

literatura contemporânea, fragmentação, alteridade, literatura brasileira

Resumo

O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk é um romance contemporâneo que problematiza a forma romanesca tradicional. O livro trabalha a linguagem e a narrativa tensionando suas instabilidades, num texto fragmentado, com uma pluralidade de vozes, mistura de registros históricos, jornalísticos e míticos. O presente artigo pretende mostrar como essa instabilidade que molda a estética fragmentária deste romance configura-se no estabelecimento da alteridade, por vezes, até radical no livro. Essa escolha formal implica uma nova maneira de ler a literatura e, por conseguinte, a História. Dessa forma, o livro é um discurso literário e político potente, bem escrito, decolonial que tem tudo a ver com o nosso passado, mas também com o nosso presente.

Palavras-chave: Literatura contemporânea. Fragmentação. Alteridade.

 

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VERUNSCHK, Micheliny. O som do rugido da onça. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

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Publicado

26.12.2024

Como Citar

Abreu, V. (2024). “CONTAR, ENTRE AS RACHADURAS, ESTA HISTÓRIA”:: FRAGMENTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA FORMAL EM O SOM DO RUGIDO DA ONÇA, DE MICHELINY VERUNSCHK. Revista De Estudos Acadêmicos De Letras, 17(01), e10851. https://doi.org/10.30681/real.v17i01.10851