AS REPRESENTAÇÕES DAS AVÓS NA OBRA UN PAPILLON DANS LA CITÉ DE GISÈLE PINEAU
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v18i01.12999Palavras-chave:
Narrativa de infância. Representação da avó. Transmissão Intergeracional. Crioulidade.Resumo
Este artigo analisa a representação das avós em Un papillon dans la cité (1992), de Gisèle Pineau. A protagonista, Félicie, é criada por sua avó Man Ya, após ser abandonada pela mãe Aurélie. Man Ya se destaca por sua forma incomum de demonstrar afeto. A outra avó é Fathia, avó de Mohamed, amigo de Félicie, que preserva tradições culinárias de sua terra natal e deseja que seu neto compartilhe dessa cultura. A análise é feita sob o olhar de Félicie, considerando as diferenças culturais entre as avós. Metodologicamente, utilizamos pesquisa bibliográfica e análise de conteúdo, conforme Bardin (1997), referenciando conceitos de narrativa de infância (Escarpit e Poulou, 1993; Genette, 2017), além das distinções entre criança e infância (Chombard de Lauwe, 1991; Reiniers, 2012), ao movimento literário da Crioulidade (Bernabé, Chamoiseau e Confiant, 1993; Belrose, 2022 e Beira, 2017), a Teoria de Representação Social (Jodelet, 1989; Moscovici, 1991 apud Wachelke e Camargo, 2007) e a teoria de Transmissão Intergeracional (Tisseron, 2007) também sustentam a análise. Os resultados mostram Man Ya como uma mulher potomitan, descrita como guia, supersticiosa e manipuladora, enquanto Fathia simboliza a continuidade das tradições. Ambas influenciam cultural e afetivamente a vida de seus netos, refletindo a complexidade de suas identidades.
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