AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM: UMA PERSPECTIVA BIOLINGUÍSTICA
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v10i2.1954Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar a perspectiva da biolinguística e relacionar seus pressupostos com a aquisição da linguagem. Esses pressupostos são diferentes da concepção behaviorista – que compreende a aquisição a partir do estímulo-reforço-resposta –, ou seja, a criança é passiva nesse processo de aquisição. Em oposição, a biolinguística parte de uma ideia evolucionista de linguagem, assim, observaremos como esta concepção de linguagem lida com os questionamentos acerca da aquisição de língua. Para isso, será exposto um apanhado dessa corrente com alguns pressupostos, como apresentado por Hauser, Chomsky e Fitch (2002), que visam mostrar que a faculdade da linguagem é um órgão da espécie humana, assim como é o coração, o cérebro, etc., distinguindo a capacidade própria do ser humano para o desenvolvimento de uma língua natural com a linguagem dos animais. Nesse caminho, compreenderemos que a Biolinguística segue um pensamento evolucionista e trata a linguagem como um órgão abstrato do ser humano. Esse órgão é pré-determinado e passa por um processo de maturação, tanto quanto o crânio ou a altura, observado no processo de crescimento dos seres humanos. Isso explicaria o porquê de as crianças iniciarem suas primeiras manifestações linguísticas dos elementos mais simples e, posteriormente, os mais complexos.
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