O JORNAL E A “IMPRENSA NEGRA” COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA A CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA POLÍTICA E HISTÓRICA DA DIVERSIDADE NO ESPAÇO ESCOLAR.
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v11i2.2248Resumo
A escola representa muitas vezes a única oportunidade do jovem leitor estar em contato com os textos e, por conseguinte, com os debates sociais mais relevantes. É imperioso propiciar experiências de leitura que contribuam para sua formação intelectual garantindo de forma correlata o desenvolvimento da consciência política e histórica da diversidade, o fortalecimento das identidades e a noção de direito. O presente artigo tem por objetivo discutir a utilização do jornal em ambiente escolar, como atividade permanente, sobretudo no nível fundamental de ensino, como ferramenta pedagógica para a formação de leitores e para a educação das relações étnico-raciais, com vistas a adensar as ações de combate ao racismo e à descriminação, em conjunto com o projeto político pedagógico, como estabelece a lei 10.639/03. Para alcançar tal objetivo, propõe-se o estudo de jornais atuais em comparação aos jornais daquela que ficou conhecida como “Imprensa Negra”, que consistem em jornais publicados em São Paulo, no período pós-abolicionista, no final do século XIX, dentre eles A Liberdade (1919-1920), O Clarim d´Alvorada (1929-1940), Chibata (1932), Alvorada (1948). Destarte, a utilização do jornal na escola poderá contribuir para transformar a experiência de leitura em uma experiência de (re)conhecimento histórico-identitário e de (re)significação das representações sociais brasileiras.
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