A CABEÇA COMO PONTO DE REFERÊNCIA NA DESCRIÇÃO FÍSICA DA PERSONAGEN FRAULEIN ELZA NO ROMANCE AMAR, VERBO INTRANSITIVO, DE MÁRIO DE ANDRADE
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v8i1.422Resumo
Este artigo prova que, antes de um idílio amoroso entre o jovem Carlos Sousa Costa e a culta preceptora alemã, no romance Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade, há um “idílio entre as artes” a compor um “quadro”, cuja essência é rever os mestres questionadores do mimético: um assunto crucial aos rumos do Modernismo. A cabeça ainda era uma medida na concepção da obra de arte. O artigo mostra que é possível ver indícios dessa técnica na descrição de Fräulein Elza, no romance do escritor paulistano. A linguagem pictórica usada pelo narrador concentra-se na cabeça da personagem para nos dar um retrato da protagonista. Iremos provar que essa técnica tem analogias com alguns mestres do passado como Scopas, Lísipo, Rembrandt e Lucas Cranach, nomes citados no idílio, assim como um pintor mais contemporâneo de Mário de Andrade, o lituano Lasar Segall.Downloads
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