CAMINHOS PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS:
PERSPECTIVAS À LUZ DOS DOCUMENTOS OFICIAIS
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v17i01.6179Palavras-chave:
Análise Crítica do Discurso; BNCF; Licenciatura; Línguas Estrangeiras.Resumo
Neste artigo, analisamos o discurso que embasa a Proposta para Base Nacional Comum para a Formação de Professores da Educação Básica (BRASIL, 2018), encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) mas, recolhida pelo Ministério da Educação (MEC), no atual governo. A proposta, que foi elaborada com uma parcela mínima de entidades ligadas à educação, prioriza e reduz a aprendizagem à noção de desempenho, além de vincular esse desempenho à preparação do professor. Seguindo um viés baseado em critérios internacionais de avaliação, ignora as diretrizes já existentes no Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Lei nº 13.005/2014) e não prevê ações que vão ao encontro das necessidades do professor em formação de língua estrangeira, algumas delas destacadas nos relatos apresentados neste estudo. Utilizamos a Análise Crítica do Discurso (ACD) para desvelar: a ideologia presente na proposta da BNCF; os discursos externos que perpassam o documento e; a organização textual que denuncia o viés mercadológico do texto. A metodologia adotada é a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso, conduzidos por um viés interpretativista. Os resultados revelam uma desconexão entre as políticas de educação, na transição do governo brasileiro entre 2017 e 2020, marcada por ações que minaram projetos de formação em andamento, dentre eles, a reestruturação do PIBID e o encerramento do programa IsF, ações que vão na contramão das necessidades de formação profissional, marcada no discurso da BNCFP e nos relatos dos professores.
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