Apresentação Revista de Educação do Vale do Arinos – Carta ao Leitor

Resumo

Prezados/as Leitores/as,
Temos a satisfação de compartilhar o 2º número da 3ª Edição da Revista de Educação do Vale do Arinos – RELVA - (v.3, n.2, jul- dez, 2016), versão Eletrônica da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Câmpus Universitário de Juara-MT.
A RELVA teve a sua primeira avaliação pelo Comitê da CAPES, na qual obteve o estrato Qualis B3 em Ensino, C em Letras e B5 em Ciências Sociais Aplicadas. Essa conquista é decorrente do compromisso de inúmeras pessoas envolvidas na difusão da ciência e engajamento na produção de conhecimentos e experiências sobre os mais variados temas educacionais.
A 4ª Edição da RELVA apresenta dez trabalhos que versam sobre diferentes temáticas integradoras da grande área das Ciências Humanas. O trabalho de autoria de Jesuino Arvelino Pinto “Literatura e Ensino: as múltiplas faces da leitura no processo de formação de leitores no ensino médio” elucida a preocupação referente ao processo ensino-aprendizagem da leitura na formação de leitores no Ensino Médio. O trabalho enfatiza a influência do professor na formação de leitores da Escola Estadual Dr. Ytrio Corrêa no município de Alto Garças-MT, suas práticas de leitura, empenho, estratégia, destacando como fator relevante, para a formação do aluno-leitor, o professor como mediador do conhecimento em sala de aula.
Como contribuições para a área de pesquisa, Jairo Brizola e Nádia Fantin, no artigo denominado “Revisão da Literatura e Revisão Sistemática da Literatura”, procuram levantar e discutir as principais características de uma revisão da produção em uma determinada temática, a aplicabilidades e os vícios que podem ser evitados em pesquisas sob esse enfoque. Os autores concluem o trabalho com a assertiva de que a realização da Revisão da Literatura ou da Revisão Sistemática da Literatura, são extremamente importantes antes de se iniciar qualquer pesquisa sobre determinada temática, posto que poderão auxiliar o pesquisador a acessar as produções realizadas pela comunidade científica, os caminhos seguidos pelos autores, os aspectos destacados em estudos realizados nos últimos anos, o que possibilita ao pesquisador a produção de pesquisas inéditas sobre a temática pesquisada.
O artigo “Reflexões Sobre Letramento em Matemática e Formação Inicial de Professor” de Vera Cristina de Quadros expõe reflexões sobre o letramento na relação com a formação
inicial de professores de matemática. Para isso, a autora argumenta sobre a Educação Matemática como alternativa para a justiça social, aspecto que propicia para a construção do conceito de letramento matemático, direcionando para o processo ensino-aprendizagem da docência. Abarcando os saberes, competências e habilidades adquiridas para a atuação profissional, de inclusão, de garantia da aprendizagem da matemática a todos os alunos, democratização do saber, justiça social e de conscientização.
Maria Aparecida Ramires Zulian e Andressa Ipólito Fonseca Zanetti ao apresentarem o artigo denominado “Estratégias e Práticas Pedagógicas com o Apoio das TICs: reflexões sobre os desafios” articulam a evolução tecnológica com o processo educacional. Em suas análises proferem a ideia de que os recursos digitais da Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) podem contribuir com o processo educacional brasileiro, uma vez que a sociedade passa por um processo de constante evolução tecnológica. Com isso, as autoras argumentam que um dos principais desafios para área educacional é incorporar os novos recursos tecnológicos nos fazeres pedagógicos de maneira que permita potencializar o desenvolvimento cognitivo de alunos.
No artigo “Reflexões sobre Políticas Curriculares e suas Implicações na Prática Pedagógica”, a autora Vera Regina Souza dos Santos propõe uma análise entre a relação estabelecida entre as políticas curriculares e as práticas docentes no interior das escolas. O trabalho de caráter bibliográfico, relaciona algumas pesquisas que procuraram verificar essa relação e outras pesquisas que focaram na estruturação curricular por parte de professores e professoras. Os professores percebem as necessidades educacionais e de formação, a partir de constatações no cotidiano do seu trabalho e, conseguem estruturar propostas curriculares no âmbito das escolas, questionar a elaboração de políticas curriculares em nível governamental e analisar a questão a partir de diferentes enfoques.
Para Genivaldo Alves da Silva e Fabio Bernardo da Silva o debate sobre a educação escolar indígena e suas peculiaridades é essencial para compreender a realidade da região noroeste do Mato Grosso. No trabalho intitulado “Estudo sobre a Realidade da Educação Escolar Indígena no Município de Juína-MT”, os autores manifestam a preocupação sobre o currículo das unidades escolares indígenas mato-grossenses. Com base na pesquisa de cunho qualitativa pode-se observar que é de suma importância o papel do Estado, para que sejam desenvolvidas políticas de estruturação da assessoria pedagógica, e políticas de formação de professores indígenas, a fim de que unidades escolares indígenas envolvidas tenham o suporte necessário para implementação de tais políticas.
No artigo “Educação Inclusiva e a Formação Docente: a Educação de Jovens e Adultos como uma Nova Perspectiva” escrito por Giselle Rodrigues e Márcio Brina, o processo de inclusão de jovens e adultos com deficiências no ambiente escolar apresenta avanços, mas ainda está aquém do ideal para esses estudantes. Para apresentar essa realidade, o trabalho faz um histórico da educação especial, sobre o conceito de inclusão escolar e sobre a Educação de Jovens e Adultos; além de abordar as propostas atuais de formação docente para a educação inclusiva na modalidade EJA. Os dados produzidos pela pesquisa apontam que a inclusão de jovens e adultos com deficiências no ambiente escolar exige ações político-pedagógicas de todos os profissionais envolvidos com a educação, tendo em vista que a gestão participativa e atuante desses profissionais para a realização de um trabalho qualitativo no âmbito da educação inclusiva, a partir do mapeamento da realidade sociocultural do educando.
A partir de um link entre trabalho e educação, Sonia Aparecida da Silva de Lara Pires, Everton Neves dos Santos e Eneida Aline André Carneiro submeteram o artigo “Propostas Pedagógicas Fundamentadas na Relação Trabalho e Educação”, cujo objetivo consiste em refletir acerca das Propostas Pedagógicas dos Cursos Técnicos no âmbito do sistema de ensino de Mato Grosso, de 2012 a 2014. O principal instrumento para a realização da pesquisa parte da análise dos Relatórios de Verificação in loco emitidos pelas Comissões Verificadoras do Conselho Estadual de Educação/MT para fins de Autorização para oferta dos Cursos Técnicos na forma integrada, concomitante e subsequente, tendo como ponto de partida o trabalho como princípio educativo, fundamentado nas Diretrizes Nacionais para a Educação Básica como caminho para superar a dualidade estrutural existente no ensino brasileiro. A superação entre a prática e teoria, além da relação, conflituosa, com fatores sócio econômicos como base para seleção e escolha da oferta de Cursos da Educação Profissional de Nível Médio são verificados nesse artigo.
O trabalho intitulado “O Sacerdócio Docente e o Supremo Remunerador: o discurso católico no movimento reivindicatório docente (1940-1965)” escrito por Júlio César de Oliveira apresenta um olhar sobre a relação entre o discurso da Igreja Católica, o movimento reivindicatório docente e seus reflexos na educação no Estado do Rio Grande do Sul, através do cruzamento entre obras referentes à instituição religiosa e o pensamento de professoras que atuavam no magistério. Na interação de discursos proferidos por educadoras entre outros personagens, verifica-se a manutenção de um status quo relacionado ao “sacerdócio docente”, uma prática de martírio excludente nos processos de luta do magistério por melhores condições de salário e trabalho.
Por fim, Zulema Netto Figueiredo, Leila Valderez Souza Gattass, Elisabete Segatto Melo, Taniele Carvalho de Oliveira e Mariana Ferreira de Oliveira no artigo “Interação de Alunas Bolsistas do Ensino Médio com o Curso de Agronomia no Projeto Agro Mulher” enfatizam que apesar do aumento de alunas nos cursos de engenharia agronômica e em outras engenharias, elas ainda encontram vários obstáculos, que podem levar ao desinteresse e evasão do curso. O Projeto Agro Mulher foi desenvolvido pelo curso de Agronomia/UNEMAT, tendo como área de estudo a Escola Estadual Onze de Março na cidade de Cáceres-MT. O projeto tem como objetivo melhorar a aprendizagem das alunas de Ensino Médio em relação às disciplinas de física e matemática, divulgar o curso de engenharia agronômica da UNEMAT e integrar as estudantes de Ensino Médio, bolsistas do projeto, com o referido curso.

Ariele Mazoti Crubelati e Jairo Luis Fleck Falcão
Coordenadores da Edição