Apresentação Revista de Educação do Vale do Arinos
DOI:
https://doi.org/10.30681/relva.v4i1.2576Resumo
Prezados/as Leitores/as,
A Revista de Educação do Vale do Arinos (RELVA), em sua Volume 4, número 1, compartilha artigos de pesquisadores de diferentes instituições e temáticas mobilizadoras de reflexões sobre a realidade da Educação Superior, como também os desafios e perspectivas para pensar os múltiplos fazeres da Educação Básica.
Fabricia Nates dos Santos Galvão e Loriége Pessoa Bitencourt, em Pedagogia universitária e formação pedagógica do docente universitário: contributos para um ensino de qualidade e possíveis mudanças na universidade analisam a importância e as contribuições da formação pedagógica do professor da educação superior para suas práticas educativas, visando um ensino de qualidade social e as contribuições da Pedagogia Universitária cuja centralidade é a docência e a reflexão de possíveis mudanças nas práticas universitárias. Isso posto, as autores defendem que a pedagogia universitária vincula-se à docência, por isso concebem a formação científica aliada à formação pedagógica.
No artigo Reflexões sobre a metodologia das aulas expositivas na educação básica e superior, Egeslaine De Nez e Camila Andrade Santos discutem as aulas expositivas como uma das estratégias metodológicas frequentemente utilizadas nos espaços educativos tanto da educação básica como no contexto das práticas universitárias. A partir dos dados produzidos pela pesquisa, as autoras destacam a importância de privilegiar no planejamento das aulas com suporte desse método de ensino a articulação teoria-prática, com vistas a evitar a abordagem técnico-instrumental das práticas pedagógicas, como também as aulas cansativas e indesejáveis pelos alunos.
Isaura Isabel Conte, autora do texto Aprendizados da luta: mulheres camponesas no Brasil e indígenas no México, trata da dimensão educativa da luta a partir do trabalho e da constituição de identidades individuais e coletivas de mulheres militantes e dirigentes da Via Campesina do Brasil e da UNORCA/UNMIC e CONAMI do México. A pesquisadora destaca que são nos próprios espaços de mulheres, sem desconsiderar as Organizações mistas, que elas conseguem entender a si mesmas, dar-se força mutuamente e fazer sua formação para além dos limites escolares ou mesmo da formação política. Com essa postura, a pesquisadora destaca que as mulheres se põem fortes e, ao mesmo tempo, apresentam questionamentos vários a si, a suas famílias e à sociedade capitalista e patriarcal.
No artigo Saberes/fazeres locais e interculturais: um diálogo necessário à sobrevivência/transcendência na contemporaneidade, Wivian Sena Moraes propõe uma reflexão sobre o diálogo entre os saberes/fazeres locais e os saberes/fazeres interculturais na superação da realidade representada pela marginalização e exclusão presentes nas relações sociais, políticas e econômicas da atual sociedade. Sob essa perspectiva, a autora tece análise crítico-reflexiva dos dados construídos na relação dialógica entre professores e alunos/professores no âmbito da formação de professores indígenas do curso Educação Intercultural Indígena da Universidade Federal de Goiás.
Em Colonialidade e a Lei n.º 11.645/2008: desafios e possibilidades, Armelinda Borges da Silva e Darci Secchi propõem uma discussão em torno da conquista advinda da Lei n.º 11.645/2008, que alterou o artigo 26 da Lei n.º 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN), que prevê o ensino da história e cultura indígena e afro-brasileira como conteúdos de aprendizagem. Para enfatizar a importância da implantação da referida Lei, os autores desenvolvem um Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) por meio de entrevistas com palestrantes e conferencistas do Seminário de Educação, realizado em Cuiabá, em 2016. Os dados da pesquisa apontaram que é importante que as crianças, desde pequenas, sejam ensinadas a valorizar as distintas culturas e povos que compõem a sociedade nacional. Igualmente se faz necessário, no dizer dos autores, desconstruir os preconceitos que existem no imaginário das pessoas e contribuir para que ocorra a interculturalidade nas relações sociais entre os povos que constituem a sociedade brasileira.
No texto intitulado Uma reflexão quanto as principais dificuldades vivenciadas pelos professores de sala de aula regular no processo de educação inclusiva: identificar dificuldades para pensar soluções, Maria Aparecida Ramires Zulian, Thaís Zulian Nunes Vedovatto e Elaine Cristina de Ávila Silva discutem as principais dificuldades enfrentadas pelos professores de salas de aula regulares no processo de inclusão escolar e a partir deste cenário, as autoras apresentam possibilidades de soluções. As pesquisadoras destacam que ainda há muitas barreiras a serem quebradas para que haja qualidade no processo de inclusão de alunos com deficiência nas classes comuns, como: formação de professores, infraestrutura, recursos pedagógicos, números elevados de alunos em sala, baixos salários e falta de comunicação entre os profissionais. Dada essa realidade, há a defesa de que é fundamentalmente importante investir na formação de professores, com foco em formações técnicas e, principalmente, humanas, a fim de incentivar um olhar diferenciado, sensível ao potencial do aluno e não somente para sua deficiência.
Daniele Trevisan, Albina Pereira de Pinho Silva, Ângela Rita Christofolo de Mello e Jairo Luiz Flack Falcão propõem o artigo “Formação de professores potencializada pelo uso das tecnologias de rede: um recorte das ações e experiências do subprojeto Pibid/pedagogia”, cujo objetivo consistiu em analisar os diferentes usos das Tecnologias de Rede (TRs), na formação inicial de professores, especificamente nas ações formativas de bolsistas de iniciação à docência (IDs), do Subprojeto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), proposto pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Câmpus de Juara-MT. Com base nos dados da pesquisa, os pesquisadores atestam que durante o processo de formação, os bolsistas IDs vivenciaram ações formativas que favoreceram a ampliação do repertório de conhecimentos sobre o uso das TRs, os recursos da Web 2.0, interfaces digitais interativas em espaços digitais de aprendizagem online.
O artigo intitulado Tecnologias e educação: o uso das tic no ensino médio, de autoria de Jairo Brizola e Kátia Morosov Alonso, trata de um estudo - recorte da pesquisa de mestrado -, cuja análise centrou nas práticas pedagógicas do professor do ensino médio com a mediação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), em uma escola da rede pública de ensino de Sorriso-MT. Os autores, a partir dos resultados da pesquisa, asseveram que os sujeitos da pesquisa compreendem o potencial que as TIC exercem na melhoria da prática pedagógica, mas ainda assim se fazem necessárias uma nova concepção de ensino-aprendizagem que ultrapasse “o modelo de transmissão-memorização-fixação-reprodução de conteúdo”, com vistas a engendrar uma proposta pedagógica em que as TIC sejam integradas nos processos educacionais, numa perspectiva teórico-metodológica que valorize a criação, a produção e o compartilhamento de conhecimentos.
No texto Protocolos verbais como mediação na compreensão leitora, Rosimeri Mirta Fischer, Leandra Ines Seganfredo Santos e Cezenir Carlos de Siqueira apresentam uma pesquisa interpretativista realizada em uma escola da rede pública de ensino, situada em Sinop, em atendimento à disciplina Aspecto Sociocognitivo e Metacognitivo da Leitura e da Escrita, promovida no âmbito do Mestrado Profissional em Letras (Profletras), Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Câmpus Sinop-MT. O objetivo da pesquisa incidiu em verificar se problemas na decodificação influenciam negativamente na compreensão de textos escritos e a importância da mediação por meio da produção de andaimes para a construção do sentido textual. A experiência intervencionista demonstra que no trabalho pedagógico com os protocolos de leitura, a mediação do professor faz a diferença, por isso favoreça a formação e a compreensão leitora dos alunos. Trata-se de uma mediação que ativa o processo cognitivo e metacognitivo, o que favorece, sobremaneira, a compreensão textual e, simultaneamente, a compreensão leitora.
Em Atividades do projeto “ser agro” do curso de agronomia com alunos de ensino médio, Zulema Netto Figueiredo, Leila Valderez Souza Gattass, Elisabete Segatto Mello e Taniele Carvalho de Oliveira e Jane Maria Batista Vanini compartilham uma ação extensionista em interface com a pesquisa motivada pela inquietude da existência de evasão e a reprovação dos acadêmicos do curso de Engenharia Agronômica, em áreas de conhecimento específicas. Motivadas, as auroras propuseram como objetivo da pesquisa promover o entendimento dos alunos de ensino médio nas áreas bases de engenharia, como também incentivar a formação de engenheiros agrônomos no município de Cáceres-MT. Durante as atividades do projeto de extensão interface com a pesquisa, os sujeitos envolvidos puderam conhecer os significativos resultados na interação desenvolvida como conhecimento dos alunos secundarista sobre o curso de engenharia e de Agronomia da UNEMAT, relevância das matérias das disciplinas exatas do ensino médio para a entrada e manutenção nos cursos de engenharia. Dito de outro modo, os alunos universitários tiveram a oportunidade de experimentar situações de interlocução entre práticas extensionistas e o trabalho em equipe, ações que fortalecem o curso de Engenharia Agronômica e também a formação dos acadêmicos.
Estimamos que os pesquisadores e leitores tenham excelentes leituras!!!
Profa. Dra. Albina Pereira de Pinho Silva e Prof. Dr. Jairo Luis Fleck Falcão
Organizadores