EM CASA DE FERREIRO HÁ ESPETO? AO MENOS DE PAU? ANÁLISE DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS EM ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE

Main Article Content

Thainara Alves de Oliveira
Geovana Alves de Lima Fedato
Vanessa Martins Pires

Abstract

Este trabalho teve como objetivo identificar e analisar as práticas contábeis desenvolvidas em escritórios que atendem micro e pequenas empresas em um município mato-grossense. Foram entrevistados gestores e encarregados pelo departamento contábil de escritórios de contabilidade. Os resultados evidenciam que as práticas desenvolvidas estão direcionadas basicamente à prestação de informações fiscais aos entes governamentais e a entrega de obrigações fiscais. Por meio da Teoria da Estruturação (TE) é possível inferir que as práticas contábeis desenvolvidas tendem a reproduzir o sistema atual, no qual predomina a invocação e a reprodução das práticas e regras emanadas do fisco. A contabilidade, neste ambiente, produz sentidos por meio da linguagem fiscal e se legitima como tradutora de leis e normas fiscais, esquivando-se de práticas que promovam a intermediação do conflito distributivo na sociedade.

Article Details

Section

Artigos

Author Biographies

Thainara Alves de Oliveira, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

Graduada em Ciências Contábeis (UNEMAT), Campus de Sinop/MT

Geovana Alves de Lima Fedato, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

Doutora em Administração (UNISINOS), Mestra em Engenharia da Produção (UFSCar). Graduada em Ciências Contábeis (UNIOESTE). Professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Campus de Sinop/MT. Atua no Programa de Mestrado em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT).

Vanessa Martins Pires, Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Doutora em Administração (UNISINOS), Mestre em Ciências Contábeis (UNISINOS) e Graduada em Administração (PUCRS) e em Ciências Contábeis (UNISINOS). Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Campus de Santo Antônio da Patrulha/RS

How to Cite

Alves de Oliveira, T., Alves de Lima Fedato, G., & Martins Pires, V. (2023). EM CASA DE FERREIRO HÁ ESPETO? AO MENOS DE PAU? : ANÁLISE DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS EM ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE. Revista UNEMAT De Contabilidade, 11(22), 168-186. https://doi.org/10.30681/ruc.v11i22.10994

References

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BEUREN, I. M.; ALMEIDA, D. M. Impacto da Adoção das Normas Internacionais de Contabilidade na Área da Controladoria. Revista de Administração Contemporânea, 19(3), 311-335, 2015. doi: 10.1590/1982-7849rac20151704

CHIZZOTTI, A. A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais: evolução e desafios. Revista portuguesa de educação, 16(2), 221-236, 2003. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=37416210. Acesso em 28 de fevereiro de 2022.

Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Conhecer as Normas Brasileiras de pode evitar processos éticos e disciplinares. Disponível em: https://cfc.org.br/noticias/comunicacao/ Acesso em 02 de fevereiro de 2022.

DATA SEBRAE. Painéis Interativos: Total de empresas. Disponível em: https://datasebraeindicadores.sebrae.com.br/resources/sites/data-sebrae/data-sebrae.html#/Empresas. Acesso em 14 de março de 2023

ECKERT, A.; MILAN, G. S.; MECCA, M. S.; NUNES, G. P. Fatores determinantes para a retenção de clientes em escritórios de contabilidade: um estudo multicaso realizado em uma cidade da serra gaúcha. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, 6(3), 50-77, 2013. doi: 10.19177/reen.v6e3201350-78

ENGLUND, H.; GERDIN, J.; BURNS, J. 25 Years of Giddens in accounting research: Achievements, limitations and the future. Accounting, Organizations and Society, 36 (8), 494-513, 2011. doi:10.1016/j.aos.2011.10.001

FIGUEIREDO, S.; FABRI, P. E. Gestão de empresas contábeis. São Paulo: Atlas, 2000.

GEIGER, D. Revisiting the Concept of Practice: Toward an Argumentative Understanding of Practicing. Management Learning, 40(2),129–144, 2009. doi:10.1177/1350507608101228

GIDDENS, A. A Constituição da Sociedade. 2ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2003.

GOLSORKHI, D.; ROLEUAU, L.; SEIDL, D.; VAARA, E. Introduction: What is Strategy as Practice? In: Golsorkhi, D.; Roleuau, L.; Seidl, D.; & Vaara, E. Cambridge Handbook of Strategy as Practice. Cambridge: Cambridge University Press, 2010

GUIMARÃES, L. M.; PAULÚCIO, N. F.; ALMEIDA, F. M. M.; MOURA, R. M. O profissional contábil diante da convergência das normas contábeis: análise da preparação desse profissional nos processos organizacionais. VIII SEGET–Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2011. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos11/34414349.pdf. Acesso em 28 de fevereiro de 2022.

IUDÍCIBUS, S.; RIBEIRO FILHO, J. F.; LOPES, J. E. G.; PEDERNEIRAS, M. M. M. Uma reflexão sobre a contabilidade: caminhando por trilhas da “Teoria tradicional e Teoria crítica”. BASE - Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, 8(4), 274-285, 2011. doi:10.4013/base.2011.84.01

IFRS. About Us. Disponível em: <https://www.ifrs.org/about-us/who-we-are/#about-us> Acesso em: 13 de março de 2023.

JARZABKOWSKI, P. Strategy as Practice – an activity-based approach. London: Sage, 2005. doi:10.4135/9781446215777

Lei Complementar n°. 123. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em 20 de fevereiro de 2022.

Lei nº 8.934. Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Brasília, DF, nov 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8934.htm> Acesso em 20 de fevereiro de 2022.

LOURENÇO, R. L.; SAUERBRONN, F. F. Revistando Possibilidades Epistemológicas em Contabilidade Gerencial: em Busca de Contribuições de Abordagens Interpretativas e Críticas no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, 13(28), 99-122, 2016. doi:10.5007/2175-8069.2016v13n28p99

LOURENÇO, R. L.; SAUERBRONN, F. F. Uso da Teoria da Agência em Pesquisas, Limitações e Formulações Alternativas aos Seus Pressupostos. Advances in Scientific and Applied Accounting, 10(2), 158–176, 2017. Disponível em: https://asaa.anpcont.org.br/index.php/asaa/article/view/279. Acesso em 28 de fevereiro de 2022.

LOURENÇO, R. L.; SAUERBRONN, F. F. Teorias da Prática Social para Pesquisas em Contabilidade Gerencial: Possibilidades a partir de Pierre Bourdieu e Anthony Giddens. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 13(1), 204-232, 2018. doi:10.5007/2175-8069.2018v15n35p204

MACOHON, E. R.; LAVARDA, C. E. F. A Tríade de Giddens na Pesquisa em Contabilidade. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 9(3), 242-257, 2015. doi:10.17524/repec.v9i3.1192

MARTINS, G. de A.; THEÓPHILO, C. R. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. 2ª ed. – São Paulo: Atlas, 2009.

MOREIRA, R. L.; ENCARNAÇÃO, L. V.; BISPO, O. N. A.; ANGOTTI, M.; COLAUTO, R. D. (2013). A importância da informação contábil no processo de tomada de decisão nas micro e pequenas empresas. Revista Contemporânea de Contabilidade, 10(19), 119-140, 2013. doi:10.5007/2175-8069.2013v10n19p119

PEREIRA, M. C. C. Empresas de serviços contábeis condicionantes estratégicas para uma atuação empreendedora. Pensar Contábil, 7(29), 1-14, 2005. doi:10.6034/rmpe.v13i2.1287

POZZEBON, M.; PINSONNEAULT, A. Challenges in Conducting Empirical Work Using Structuration Theory. Organization Studies, 26(9),1353-1376, 2005. doi:10.1177/0170840605054621

SANTOS, J. G. C. D.; CALÍPOPE, T. S.; COLEHO, A. C. Teorias da Firma como Fundamento para Formulação de Teorias Contábeis. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 9(1),101-116, 2015. doi:10.17524/repec.v9i1.1182

SCHATZKI, T. R. Peripheral Vision: The sites of organizations. Organization Studies. v. 26(3), 465-484, 2005. doi:10.1177/0170840605050876

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) – São Paulo. (2018). Pequenos negócios em números. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/pequenos-negocios-em-numeros,12e8794363447510VgnVCM1000004c00210aRCRD> Acesso em 28 de fevereiro de 2022.

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). (2021). Causa Mortis: O Sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Pesquisas/CAUSA%20MORTIS_vf.pdf. Acesso em 09 de dezembro de 2021.

SILVA A. H.; FOSSÁ, M. I. T. Análise de conteúdo: exemplo de aplicação da técnica para análise de dados qualitativos. Qualit@s, 17(1), 1-14, 2015. doi:10.18391/QUALITAS.V16I1.2113

SOUZA, J. A.; SARLO NETO, A.; VARGAS, L. H. F.; DEMONIER, G. B. Práticas contábeis de empresas brasileiras antes e após a adoção das normas internacionais. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ 18(3), 55-76, 2013. doi:10.12979/7962

THOMÉ, I. Empresas de serviços contábeis: estrutura e funcionamento. São Paulo: Atlas, 2001.

WISEMAN, R. M.; CUEVAS-RODRIGUEZ, G.; GOMEZ-MEJIA, L. R. Towards a Social Theory of Agency. Journal of Management Studies, 49(1), 202-222, 2012. doi:10.1111/j.1467-6486.2011.01016.x

WHITTINGTON, R. Giddens, structuration theory and Strategy as Practice. In: GOLSORKHI, D.; ROULEAU, L.; SEIDL, D.; VAARA, E. (p. 109-126) Cambridge Handbook of Strategy as Practice. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

YIN, R. K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. Porto Alegre: Penso, 2016.