NARRATIVA DE ORIGEM DO POVO INDÍGENA BALATIPONÉ-UMUTINA – RESSIGNIFICAÇÃO E TRAÇOS DE HIBRIDISMO/ORIGIN NARRATIVE OF THE BALATIPONÉ-UMUTINA INDIGENOUS PEOPLE – RESIGNIFICATION AND HYBRIDITY TRACES
Resumo
Este artigo analisa e reflete sobre o processo de contato do povo indígena Balatiponé-Umutina, do município de Barra do Bugres/MT, com a sociedade nacional brasileira, bem como compara as duas versões de sua narrativa de origem registradas pelo etnógrafo Harald Schultz, entre os anos de 1943 e 1945. Além disso, através das teorias de Néstor Garcia Canclini, Edward W. Said, Homi K. Bhabha, os quais discutem os processos de hibridização cultural e comparatismo literário, buscamos apontar alguns traços de hibridismo presentes em uma das narrativas. Também tratamos sobre a ressignificação das narrativas em questão, assim como a contextualização dessas narrativas na atualidade, tendo em vista o contato permanente da etnia com a sociedade envolvente[1], mediante o contato de práticas culturais distintas.
[1] Sociedade envolvente – população do município, do estado e do país.
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