Estilo de vida, nível de atividade física, aptidão física e maturação biológica de escolares quilombolas/ Lifestyle, physical activity level, physical fitness, and biological maturation of quilombola students/ Estilo de vida, nivel de actividad física, aptitud física y maduración biológica de escolares quilombolas

Autores

  • Ayla de Jesus Moura UESPI
  • Janaína Alvarenga Aragão UESPI
  • José Fernando Vila Nova de Moraes UNIVASF

DOI:

https://doi.org/10.30681/2526101013446

Palavras-chave:

Adolescentes, Quilombolas, Saúde, Estilo de vida, Exercício Físico

Resumo

Objetivo: analisar o estilo de vida, o nível de atividade física, a aptidão física e a maturação biológica de escolares quilombolas. Método: estudo descritivo, transversal e quantitativo, realizado nas comunidades quilombolas localizadas no município de Paquetá, Piauí, Brasil. Participaram adolescentes de ambos os sexos com idades de 10 a 17 anos. A coleta de dados se deu por meio de questionários, aplicação de testes motores e acelerometria. Os dados foram analisados por Correlação de Pearson e análise de redes, considerando p<0,05. Resultados: apresentaram extrato negativo para o estilo de vida (62,2%) e eram insuficientemente ativos (78,3%). Foram encontradas correlações positivas entre o nível de atividade física e o estilo de vida (r=0,452), assim como entre as variáveis antropométricas (IMC e cintura) e de maturação biológica (r=0,415 e r=0,443). Observou-se correlação negativa entre o IMC e resistência muscular (r=-0,514), assim como entre circunferência de cintura e resistência muscular (r=-0,529), e um desvio do pico de velocidade de crescimento e resistência muscular (r=-0,431). A análise de redes revelou que o IMC foi a variável mais influente no estudo. Conclusão: os escolares quilombolas apresentaram baixo extrato de estilo de vida, baixa aptidão física e baixo nível de atividade física.

Biografia do Autor

  • Ayla de Jesus Moura, UESPI

    Educadora Física. Mestre em Educação Física. Professora Substituta da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).

  • Janaína Alvarenga Aragão, UESPI

    Enfermeira. Doutora em Gerontologia Biomédica. Docente Adjunta da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e do Programa de Pós-Graduação PROFBIO/UESPI

  • José Fernando Vila Nova de Moraes, UNIVASF

    Educador Físico. Doutor em Educação Física. Professor Associado II da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física da UNIVASF

Referências

1. Guthold R, Stevens GA, Riley LM, Bull FC. Global trends in insufficient physical activity among adolescents: a pooled analysis of 298 population-based surveys with 1·6 million participants. Lancet Child Adolesc Health. 2020; 4(1):23-35.

2. Costa CS, Flores TR, Wendt A, Neves, RG, Assunção MCF, Santos IS. Comportamento sedentário e consumo de alimentos ultraprocessados entre adolescentes brasileiros: pesquisa nacional de saúde do escolar (PeNSE), 2015. Cad Saúde Pública. 2018; 34(3):1-12.

3. Silva Filho RCS, Lemes TMMA, Sasaki JE, Gordia AP, Andaki ACR. Comportamento sedentário em adolescentes brasileiros: uma revisão sistemática. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2020; 25:1-13.

4. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde da escola (PeNSE): 2015. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE; 2016.

5. Mittal D, Stevenson RJ, Oaten MJ, Miller LA. Snacking while watching TV impairs food recall and promotes food intake on a later TV free test meal. Appl Cog Psychol. 2010; 25(6):871-877.

6. Cha EM, Hoelscher DM, Ranjit N, Baojiang C, Gabriel KP, Jelder S, et al. Effect of Media Use on Adolescent Body Weight. Prev Chronic Dis. 2018;15(11);1-12.

7. Coutinho ESF, França-Santos D, Magliano ES, Block KV, Barufaldi LA, Cunha CF, et al. ERICA: patterns of alcohol consumption in brazilian adolescents. Rev Saúde Pública. 2016; 50(1):1-9.

8. Silva DG, Dell'Aglio DD. Exposure to Domestic and Community Violence and Subjective Well-Being in Adolescents. Paidéia. 2016; 26(65):299-305.

9. WHO. Global status report on alcohol and health 2018. Geneva: World Health Organization; 2018.

10. Barufaldi LA, Abreu GA, Oliveira JS, Santos DF, Fujimori E, Vasconcelos SML, et al. ERICA: prevalence of healthy eating habits among brazilian adolescents. Rev Saúde Pública. 2016; 50(1):1-9.

11. Ferrari TK, Cesar CLG, Alves MCGP, Barros MBA, Goldbaum M, Fisberg RM. Estilo de vida saudável em São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2017; 33(1):1-12.

12. WHO. Guidelines on physical activity and sedentary behavior. Geneva: World Health Organization; 2020.

13. Wanzeler FSC, Nogueira JAD. Atividade física em populações rurais do Brasil: uma revisão da literatura. Rev Bras Ci Mov. 2019; 27(4);228-240.

14. Souza NP, Lira PIC, Fontbonne A, Pinto FCL, Cesse EAP. A (des)nutrição e o novo padrão epidemiológico em um contexto de desenvolvimento e desigualdades. Cien Saude Colet. 2017; 22(7):2257-2266.

15. Ministério da Saúde (BR). Manual de Gestão para Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Brasília: Ministério da Saúde; 2018.

16. Bezerra MA, Carvalho EF, Oliveira JS, Leal VS. Health and nutrition in public and private schools in the city of Recife. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2017; 17(1):191-200.

17. Lamarão SKM, Alberto AAD, Carvalho AP, Assis DFO, Moreira DC. Prevalência de excesso de peso em adolescentes de escolas quilombolas e os fatores associados. RBONE. 2020; 13(81)750-758.

18. Brasil. Decreto no 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília: Diário Oficial da União; 2003.

19. Marques CE, Gomes L. A constituição de 1988 e a ressignificação dos quilombos contemporâneos limites e potencialidades: limits and potentialities. Rev Bras Ci Soc. 2013; 28(81):137-153.

20. Oliveira RMS. Quilombos, racismo ambiental e formação em saúde e saúde mental: diálogos emergentes. Odeere. 2020; 5(10):129-156.

21. Freitas DA, Caballero AD, Marques AS, Hernández CIV, Antunes SLNO. Saúde e comunidades quilombolas: uma revisão da literatura. Rev Cefac. 2011; 13(5):937-943.

22. Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFPD. STROBE initiative: guidelines on reporting observational studies. Rev Saude Publica. 2010; 44(3):559-565.

23. Gaya AR, Gaya A, Pedretti A, Mello J. Projeto Esporte Brasil: Manual de medidas, testes e avaliações. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2021.

24. Kowalski KC, Crocker PR, Kowalski NP. Convergent validity of the physical activity questionnaire for adolescents. Pediatr Exerc Sci. 1997; 9(4):342-352.

25. Guedes DP, Guedes JERP. Measuring physical activity in brazilian youth: reproducibility and validity of the PAQ-C and PAQ-A. Rev Bras Med Esporte. 2015; 21(6):425-432.

26. Benítez-Porres J, Alvero-Cruz JR, Sardinha LB, López-Fernández I, Carnero EA. Cut-off values for classifying active children and adolescents using the Physical Activity Questionnaire: PAQ-C and PAQ-A. Nutr Hosp. 2016; 33(5):1036-44.

27. Nahas MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf; 2013.

28. Moore SA, McKay HA, Macdonald H, Nettlefold L, BaxterJones ADG. Cameron N, et al. Enhancing a somatic maturity prediction model. Med Sci Sports Exerc. 2015; 47(8):1755–1764.

29. Werneck AO, Silva DR, Agostinete RR, Fernandes RA, Valente-dos-Santos J, Coelho-e-Silva MJ, et al. Tracking of cardiorespiratory fitness from childhood to early adolescence: moderation effect of somatic maturation. Rev Paul Pediatr. 2019; 37(3):338-344.

30. Choi L, Liu Z, Matthews CE, Buchowski MS. Validation of Accelerometer Wear and Nonwear Time Classification Algorithm. Med Sci Sports Exerc. 2011; 43(2):357-364.

31. Evenson KR, Catellier DJ, Gill K, Ondrak KS, McMurray RG. Calibration of two objective measures of physical activity for children. J Sports Sci. 2008; 26(14):1557-1565.

32. Lima-Júnior D, Gantois P, Vasconcelos GC, Gonçalves R, Lamounier JA, Damasceno VO. Measurement of physical activity and sedentary behavior in adolescents by accelerometer: a cross-sectional study. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2019; 24:1-7.

33. Teixeira LS, Junior EA, Reis FP, Oliveira CCC. Perfil epidemiológico da obesidade infanto-juvenil em uma comunidade quilombola: relação entre televisão, atividade física e obesidade. Interfaces Cient Saúde Ambiente (Online). 2019; 7(2):39-52.

34. Piola TS, Bacil EDA, Pacífico AB, Camargo EM, Campos W. Nível insuficiente de atividade física e elevado tempo de tela em adolescentes: impacto de fatores associados. Ciênc Saúde Coletiva. 2020; 25(7):2803-2812.

35. Silva NSS, Silva RRV, Santos BN, Silveira MF, Brito, MFSF, Pinho L, et al. Prevalência dos níveis de atividade física e fatores associados entre adolescentes escolares. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2022;27:1-9.

36. Ferreira JI, Sedorko CM. Nível de atividade física entre os estudantes do ensino médio de colégios públicos da cidade de Ponta Grossa-PR. Temas Educ Fís Esc. 2022; 7(1):1-13.

37. Sousa BC, Medeiros DS, Curvelo MHS, Silva EKP, Teixeira CSS, Bezerra VM, et al. Hábitos alimentares de adolescentes quilombolas e não quilombolas da zona rural do semiárido baiano, Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2019; 24(2):419-430.

38. Bezerra MKA, Carvalho EF, Oliveira JS, Cesse EAP, Lira PIC, Cavalcante JGT, et al. Estilo de vida de adolescentes estudantes de escolas públicas e privadas em Recife: ERICA. Ciênc Saúde Colet. 2021; 26(1):221-232.

39. Sousa KJQ, Borges GF. Estilo de Vida, Atividade Física e Coeficiente Acadêmico de Universitários do Interior do Amazonas-Brasil. Rev Bras Ciênc Saúde. 2016; 20(4):277-284.

40. Luciano AP, Bertoli CJ, Adami F, Abreu LC. Nível de atividade física em adolescentes saudáveis. Rev Bras Med Esporte. 2016; 22(3):191-194.

41. Manz K, Mensink GBM, Finger JD, Haftenberger M, Brettschineider AK, Barbosa CL, et al. Associations between Physical Activity and Food Intake among Children and Adolescents: results of kiggs wave 2. Nutrients. 2019; 11(5):1060.

42. Fernandes RA, Christofaro DGD, Casonatto J, Kawaguti SS, Ronque VER, Cardoso JR, et al. Cross-sectional association between healthy and unhealthy food habits and leisure physical activity in adolescents. J Pediatr. 2011; 87(3):252-256.

43. Schaab DM, Sanfelice GR, Berlese DB. Aptidão física relacionada à saúde de escolares participantes de um projeto social em Campo Bom, RS, Brasil. Braz J Dev. 2021; 7(6):60311-60324.

44. Montoro APPN, Leite CR, Espíndola JA, Alexandre JM, Reis MS, Capistrano R, et al. Aptidão física relacionada à saúde de escolares com idade de 7 a 10 anos. Abcs Health Sci. 2016; 41(1):29-33.

45. Rocha SR, Machado DCD, Brito AKA. Aptidão Física Relacionada à Saúde: a realidade de adolescentes de uma escola pública do Piauí. Rev Bras Ci Saúde. 2022; 26(4):421-430.

46. Wickel EE, Eisenmann JC, Welk GJ. Maturity-Related Variation in Moderate-to-Vigorous Physical Activity Among 9–14 Year Olds. J Phys Act Health. 2009; 6(5):597-605.

47. Rauch F, Bailey DA, Baxter-Jones A, Mirwald R, Faulkner R. The ‘muscle-bone unit’ during the pubertal growth spurt. Bone. 2004; 34(5):771-775.

48. Smart JE, Cumming SP, Sherar LB, Standage M, Neville H, Malina RM. Maturity Associated Variance in Physical Activity and Health-Related Quality of Life in Adolescent Females: a mediated effects model. J Phys Act Health. 2012; 9(1):86-95.

49. Bacil EDA, Mazzardo Júnior O, Rech CR, Legnani RFS, Campos W. Atividade física e maturação biológica: uma revisão sistemática. Rev Paul Pediatr. 2015; 33(1):114-121.

50. Kumar B, Robinson R, Till S. Physical activity and health in adolescence. Clin Med. 2015; 15(3):267-272.

51. Silva Júnior JP, Dornellas W, Moda PPO, Sales DFL, Estivaleti F, Bergamo RR, et al. Secular trend of 30 years of agility and speed of girls from Ilhabela. J Health NPEPS. 2024; 9(1):e12571.

52. Leme DEC, Alves EVC, Lemos VCO, Fattoria A. Análise de redes: uma abordagem de estatística multivariada para pesquisas em ciências da saúde. Geriatr Gerontol Aging. 2020; 14(1):43-51.

Downloads

Publicado

2025-06-01

Edição

Seção

Artigo Original/ Original Article/ Artículo Originale

Como Citar

de Jesus Moura, A., Alvarenga Aragão, J., & Vila Nova de Moraes, J. F. (2025). Estilo de vida, nível de atividade física, aptidão física e maturação biológica de escolares quilombolas/ Lifestyle, physical activity level, physical fitness, and biological maturation of quilombola students/ Estilo de vida, nivel de actividad física, aptitud física y maduración biológica de escolares quilombolas. Journal Health NPEPS, 10(1). https://doi.org/10.30681/2526101013446