Perfil socioepidemiológico de tuberculose em Mato Grosso do Sul (2018-2023)/ Socioepidemiological profile of tuberculosis in Mato Grosso do Sul (2018-2023)/ Perfil socioepidemiológico de tuberculosis en Mato Grosso do Sul (2018-2023)

Autores

  • Pedro Augusto Marques Prado Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Danielle Cristina Tonello Pequito Universidade Federal de Mato Grosso de Sul (UFMS)
  • Silvana Cristina Pando Universidade Federal de Mato Grosso de Sul (UFMS)
  • Julie Massayo Maeda Oda Universidade Federal de Mato Grosso de Sul (UFMS)

DOI:

https://doi.org/10.30681/2526101013554

Palavras-chave:

Tuberculose, Monitoramento Epidemiológico, Saúde Pública, Indicadores de Morbimortalidade, Vulnerabilidade em Saúde

Resumo

Objetivo: analisar o perfil socioepidemiológico de tuberculose em Mato Grosso do Sul entre 2018 e 2023. Método: estudo epidemiológico, transversal e quantitativo, utilizando dados da Secretaria de Vigilância em Saúde e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação referente a Mato Grosso do Sul. Aplicou-se a análise univariada para as variáveis investigadas na série histórica. Resultados: entre 9.621 casos, houve maior prevalência entre homens (63,0%), na faixa etária entre 20 e 45 anos (50,2%) e raça/cor parda (51,0%). No período, 12,8% não foram testados para HIV e 10,7% já haviam desenvolvido a síndrome da imunodeficiência adquirida. Outro destaque foi o aumento dos casos de TB simultânea à doença mental após a pandemia, com um crescimento de 154,54% de 2023 em relação a 2018. O desfecho mais frequente foi a cura (53,27%), seguido pelo abandono do tratamento (15,5%). Áreas com maior vulnerabilidade social (comunidades indígenas e regiões periféricas) apresentaram os piores indicadores de controle da doença. Conclusão: os achados realçaram desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento, indicando a necessidade de estratégias mais eficazes para rastreamento e acompanhamento dos casos, tendo que considerar as particularidades socioepidemiológicos para melhores desfechos.

Biografia do Autor

  • Pedro Augusto Marques Prado, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

    Acadêmico de Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). 

  • Danielle Cristina Tonello Pequito, Universidade Federal de Mato Grosso de Sul (UFMS)

    Farmacêutica. Doutora em Biologia Celular e Molecular. Docente na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

  • Silvana Cristina Pando, Universidade Federal de Mato Grosso de Sul (UFMS)

    Bióloga. Doutora em Biologia Funcional e Molecular. Docente na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

  • Julie Massayo Maeda Oda, Universidade Federal de Mato Grosso de Sul (UFMS)

    Biomédica. Doutora em Patologia Experimental. Docente Associada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). 



Referências

1. Aggarwal NA, Aggarwal R, Dhooria S, Prasad KT, Sehgal IS, Muthu V. Active pulmonary tuberculosis and coronavirus disease 2019: a systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2021; 16(10):e0259006.

2. Behr MA, Kaufmann E, Duffin J, Edelstein PH, Ramakrishnan L. Latent tuberculosis: two centuries of confusion. Am J Respir Crit Care Med. 2021; 204(2):142-148.

3. Hamada Y, Getahun H, Tadesse BT, Ford N. HIV-associated tuberculosis. Int J STD AIDS. 2021; 32(9):780-790.

4. Lima LV, Pavinati G, Bossonario PA, Monroe AA, Pelissari DM, Alves KBA, et al. Clusters da heterogeneidade da coinfecção tuberculose-HIV no Brasil: um estudo geoespacial. Rev Saude Publica. 2024; 58:10.

5. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Coinfecção TB-HIV | 2022. Ministério da Saúde. 2023 [acesso em 26 de jun de 2025]. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2022/coinfeccao-tb-hiv/boletim_coinfeccao_tb_hiv_2022.pdf

6. Udoakang JA, Zune AD, Tapela K, Nganyewo NN, Olisaka FN, Anyigba CA, et al. The COVID-19, tuberculosis and HIV/AIDS: ménage à trois. Front Immunol. 2023; 14:1104828.

7. Abdool Karim Q, Baxter C. COVID-19: Impacto na Resposta, Prestação de Serviços e Pesquisa em HIV e Tuberculose na África do Sul. Curr HIV/AIDS Rep. 2022; 19:46–53.

8. Antunes LB, Andrade RP, Ribeiro RR, Monroe AA, Signor E, Bianchini AMO, et al. Tratamento da tuberculose durante a pandemia de COVID-19: ações ofertadas e perfil dos casos. Rev gaúcha enferm. 2024; 45:e20230127.

9. Silva DR, Santos AP, Visca D, Bombarda S, Dalcolmo MP, Galvão T, et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o manejo da doença pulmonar pós-tuberculose. J Bras Pneumol. 2024; 49:e20230269.

10. Costa LSL, Santos MM, Figueira MCS, França JR, Carvalho AKA, Caxias GB, et al. Análise da situação vacinal infantil em Mato Grosso do Sul no período de 2016 a 2021. Braz j developm. 2023; 9(3):12419–12434.

11. Costa TS, Ferreira LS. Tuberculose pulmonar (TBP) nos povos indígenas no brasil: desafios da recorrência e adesão ao tratamento e a importância do enfermeiro como mediador. Rev. Liberum accessum 2023 nov.;15(2): 85-97.

12. Ferreira GFC, Lemos EF, Croda JHR, Croda MG. O impacto das movimentações de privados de liberdade na ocorrência de tuberculose em unidades prisionais de Mato Grosso do Sul. Braz j infec dis. 2023; 27(Suppl 1):103641.

13. Mendes KF, Netto RORF, Lima MHGM, Lima LM, Moratas LC, Sanchez R, et al. Prevalencia de la tuberculosis en Mato Grosso do Sul Brasil entre 2010 y 2018. Rev Salud Pública. 2022; XXVII(1):104-112.

14. Panorama do Censo 2010 (ibge.gov.br). 2010 [acesso em 30 de jun de 2025]. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=50&dados=10

15. Pontes TA, Fernandez-Llimos F, WIENS A. Impact of COVID-19 on tuberculosis notifications. Rev Inst Med Trop São Paulo. 2024; 66:e37.

16. Visca D, Ong CM, Tiberi S, Centis R, D’ambrosio L, Chen B, et al. Tuberculosis and COVID-19 interaction: a review of biological, clinical and public health effects. Pulmonology. 2021; 27(2):151-165.

17. Filardi ETM, Pucca MB, Araujo Junior JP, da Costa PI. Pandemic paradox: the impact of the COVID-19 on the global and Brazilian tuberculosis epidemics. Front Public Health. 2024; 26(12):1399860.

18. Tadolini M, Codecasa LR, García JM, Blanc F, Borisov S, Alffenaar J, et al. Active tuberculosis, sequelae and COVID-19 co-infection: first cohort of 49 cases. Eur Respir J. 2020; 56(1):2001398.

19. Global Tuberculosis Network and TB/COVID-19 Global Study Group; Casco N, Jorge AL, Palmero DJ, Alffenaar JW, Fox GJ, Ezz W, et al. Long-term outcomes of the global tuberculosis and COVID-19 co-infection cohort. Eur Respir J. 2023; 62(5):2300925.

20. Wang Q, Cao Y, Liu X, Fu Y, Zhang J, Zhang Y, et al. Systematic review and meta-analysis of Tuberculosis and COVID-19 Co-infection: Prevalence, fatality, and treatment considerations. PLoS Negl Trop Dis. 2024; 18(5):e0012136.

21. Carvalho RLR, Aguiar GG, Moreira JFB, Pereira DN, Augusto VM, Schwarzbold AV, et al. Patients hospitalized with active tuberculosis and Covid-19 coinfection: A matched casecontrol from the Brazilian Covid-19 Registry. An Acad Bras Cienc. 2024; 96(1):e20230791.

22. Bombi LG, Santos MEP, Machado ARSR, Oda JY; MACHADO, Alex Martins. Dinâmica da coinfecção por tuberculose e hiv no estado de Mato Grosso do Sul entre 2015 a 2022 e impacto da pandemia de covid-19 nas notificações. Arq Ciênc Saúde UNIPAR. 2023; 27(4):1875–1892.

23. CunhaJPA, Marques AMC, Lemos RC, Kowalski PA, Freitas TV, Cavalcante ER, et al. Fatores de risco e comorbidades associados aos casos de tuberculose notificados no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Rev Eletrônica Acervo Saúde. 2021; 13(8):e8676.

24. Pavinati G, Lima LV, Radovanovic CT, Magnabosco GT. Disparidades geoprogramáticas do desempenho de indicadores da tuberculose na população em situação de rua no Brasil: uma abordagem ecológica. Rev bras epidemiol. 2023; 26:e230048.

25. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.

26. Saita NM, Andrade RP, Bolsonário PA, Bonfim RO, Nogueira JA, Netto AR, et al. Determinants of coinfection tuberculosis and HIV in prisons in Brazil. J Infect Dev Ctries. 2021; 15(2):263-269.

27. Jesus SS, Freitas YS, Servo MS, Santana N, Rodrigues IS, Santos GB, et al. Elementos constituyentes del cuidado:(des)conexiones que desafían la integralidad del cuidado a las personas indígenas con tuberculosis. Cogitare Enferm. 2024; 29:e93723.

28. Ferreira TF, Santos AM, Oliveira BLCA, Caldas AJM. Tendência da tuberculose em indígenas no Brasil no período de 2011-2017. Ciênc saúde coletiva. 2020; 25(10): 3745-3752.

29. Silva PFA, Almeida BC, Menezes E, Vasconcelos LC, Machado RR, Machado DAS. Processo de construção do Programa Nacional de Acesso à Água Potável em Terras Indígenas (PNATI). J Health NPEPS. 2022; 7(2):e10618.

30. Navarini IGF, Bueno JGL, Carvalho ER. Tuberculose extrapulmonar em crianças e adolescentes em hospital referência de Florianópolis-SC. J Health NPEPS. 2024; 9(2):e12992.

31. Miranda PG, Silva JR FG, Sales JS, Parente AM, Costa AC, Monteiro CS. Pandemia de COVID-19 e comportamento suicida de pessoas adultas: revisão sistemática de estudos observacionais. Rev gaúcha enferm. 2024; 45:e20230195.

Downloads

Publicado

2025-06-01

Edição

Seção

Artigo Original/ Original Article/ Artículo Originale

Como Citar

Marques Prado, P. A., Tonello Pequito, D. C., Pando, S. C., & Maeda Oda, J. M. (2025). Perfil socioepidemiológico de tuberculose em Mato Grosso do Sul (2018-2023)/ Socioepidemiological profile of tuberculosis in Mato Grosso do Sul (2018-2023)/ Perfil socioepidemiológico de tuberculosis en Mato Grosso do Sul (2018-2023). Journal Health NPEPS, 10(1). https://doi.org/10.30681/2526101013554