A LETRA CURSIVA NO CONTEXTO PÓS-PANDÊMICO: (RES)SIGNIFICANDO SEU LUGAR NA SALA DE AULA
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v18i01.12716Palavras-chave:
Letra cursiva, Pandemia, Covid-19, AlfabetizaçãoResumo
Este artigo, resultante de uma pesquisa de iniciação científica, discute as dificuldades e os desafios relacionados ao ensino e à aprendizagem da letra cursiva no contexto pós-Covid-19, investigando as possíveis e necessárias mudanças quanto ao sentido assumido por esse traçado gráfico nos primeiros anos do Ensino Fundamental, durante a alfabetização. De um lado, têm-se os reflexos deixados pela pandemia na educação, que persistem mesmo com a retomada presencial nas escolas; e, de outro lado, verifica-se uma divergência de discursos sobre a validade da letra cursiva diante das demandas contemporâneas. Nesse viés, guiando-se pelos estudos sobre escrita de Ferreiro e Teberosky (1985), Vygotsky (1991), Soares (2002; 2015) e Monteiro (2010) e a partir da consulta à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como do levantamento de dados e publicações acadêmicas centradas em ambas as temáticas, busca-se subsidiar reflexões que contribuam com a prática do docente alfabetizador. Os resultados sinalizam para a necessidade de que ocorra a ampliação de pesquisas sobre a letra cursiva, tanto que incluam os reflexos da pandemia como uma preocupação, quanto que favoreçam o compartilhamento de estratégias pedagógicas para um ensino e uma aprendizagem consistentes e carregados de significado.
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