A DUALIDADE DA VIOLÊNCIA EM PERSONAGENS DE CAPITÃES DA AREIA: UM OLHAR PELA ESTÉTICA DA RECEPÇÃO

Autores

  • Rochele Moura Prass Universidade Feevale
  • Marinês Andrea Kunz Universidade Feevale

DOI:

https://doi.org/10.30681/real.v13i1.4204

Resumo

Este artigo versa sobre a representação da violência na interface discurso personagem na obra Capitães da Areia, de Jorge Amado. Assim, as discussões aqui propostas se debruçam sobre a representação da violência no que tange às autoridades que se manifestam na série de reportagens do fictício Jornal da Tarde, textos que abrem a narrativa, em contraposição às violências protagonizadas por Pedro Bala, líder do grupo de menores delinquentes. Fundamentado na Estética da Recepção, este estudo busca entender as características dessas personagens, compreendendo de que forma manifestam a violência e, ainda, como esta é entremeada no texto, por meio da estratégia do leitor implícito. Para tanto, o método indutivo é o que norteia a abordagem, que se classifica, ainda, como exploratória-descritiva e utiliza como procedimentos o levantamento de indícios sugestivos de violência na referida obra literária. Verifica-se um contraponto entre violência institucional e interpessoal. No primeiro caso, ela surge no discurso das autoridades (personagens planas) que se manifestam sobre os Capitães da Areia. Já a violência interpessoal, mais facilmente reconhecida pela brutalidade, é observada no líder dos Capitães (personagem esférica).

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Biografia do Autor

Rochele Moura Prass, Universidade Feevale

Mestranda em Processos e Manifestações Culturais, Graduada em Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa.

Marinês Andrea Kunz, Universidade Feevale

Doutora em Linguística e Letras. Professora titular do Programa de Pós-Graduação em Processos e Manifestações Culturais da Universidade Feevale

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Publicado

2020-12-10

Como Citar

Prass, R. M., & Kunz, M. A. (2020). A DUALIDADE DA VIOLÊNCIA EM PERSONAGENS DE CAPITÃES DA AREIA: UM OLHAR PELA ESTÉTICA DA RECEPÇÃO. Revista De Estudos Acadêmicos De Letras, 13(1), 241–255. https://doi.org/10.30681/real.v13i1.4204