FENÔMENOS LINGUÍSTICOS QUE EVIDENCIAM CRENÇAS E ATITUDES DE FALANTES LUSÓFONOS: UM OLHAR PARA O USO DAS EXPRESSÕES NOMINAIS REFERENCIAIS E DA PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL EM APRESENTAÇÕES DO V CONGRESSO DA CIDADANIA LUSÓFONA
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v15.5269Resumo
Neste artigo, investigam-se fenômenos linguísticos que evidenciam crenças e atitudes linguísticas. Especificamente, são analisados recortes de apresentações do V Congresso da Cidadania Lusófona, promovido pelo MIL (Movimento Internacional Lusófono), ocorrido em 2017, em Sintra e Lisboa (Portugal), nos quais os usos de expressões nominais referenciais e da primeira pessoa do plural (pronomes pessoais + verbos flexionados) revelam percepções desses falantes com relação à língua portuguesa. Para a avaliação dos elementos linguísticos, em relação à primeira pessoa do plural, refletiu-se sobre propostas como as de Benveniste (1991), Screti (2015) e Fauci (2016), e, para a análise das expressões nominais referenciais, baseou-se Koch (2008), Santos e Cavalcante (2014), Mondada e Dubois (2003), entre outros autores. Também são considerados estudos desenvolvidos por pesquisadores da área de Crenças e Atitudes Linguísticas, como Lambert e Lambert (1966), Aguilera (2019), Corbari (2019) e Sella (2019). Constatou-se, nas análises, que o produtor do texto mobiliza dispositivos linguísticos, como as expressões nominais referenciais e a primeira pessoa do plural, para expressar crenças e atitudes linguísticas relacionadas aos componentes cognoscitivo, afetivo e conativo.
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