MEMÓRIA E TRAUMA EM À SOMBRA DA FIGUEIRA, DE VADDEY RATNER
DOI:
https://doi.org/10.30681/real.v18i01.13588Palavras-chave:
Memória, Trauma, Testemunho, Vaddey RatnerResumo
Este artigo analisa o romance À sombra da figueira, de Vaddey Ratner, na perspectiva das relações entre memória e trauma. Na obra, a autora, nascida no Camboja e radicada nos Estados Unidos, traz para o âmbito da ficção o que vivenciou durante a guerra civil do Camboja e a implantação do regime do Khmer Vermelho, que, ao longo de quatro anos, implementou uma política que resultou em um genocídio. A história é narrada por uma criança que rememora a experiência traumática dos anos de trabalhos forçados, fome e risco de execução, até escapar como refugiada de guerra. Na condição de sobrevivente, ela é também testemunha do genocídio. O artigo visa a identificar as estratégias para a superação do trauma, entre elas, o caráter terapêutico da narração como testemunho, tendo como aporte teórico principal as perspectivas de Maurice Halbwachs sobre a memória coletiva e a memória individual e as de Cathy Caruth, Minoli Salgado, Dori Laub, Michael Pollak e Márcio Seligmann-Silva, entre outros, sobre a narrativa do trauma e a política da memória.
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