EDUCAÇÃO E ESCOLA PARA O POVO MUNDURUKU: A VISÃO DE UM PROFESSOR INDÍGENA FORMADO EM LICENCIATURA INTERCULTURAL
DOI:
https://doi.org/10.30681/relva.v3i1.1457Resumo
Este artigo é produto de um estudo de caso com um professor indígena Munduruku graduado em Licenciatura Intercultural, por meio de entrevista aberta. Os objetivos deste trabalho foram investigar o sentido que esse professor atribui à Educação, à escola e ao ensino, em especial sob a ótica da cultura do povo Munduruku da aldeia Nova Munduruku (Terra Indígena Apiaká-Kayabi, em Juara, Mato Grosso); identificar diferenças e semelhanças entre a Educação não indígena e a educação indígena Munduruku; e compreender o papel da licenciatura intercultural para a educação Munduruku e a preservação da cultura tradicional desse povo indígena. A compreensão de Educação que o entrevistado demonstra ter, em especial a educação diferenciada indígena, prevista na Constituição brasileira, ainda encontra obstáculos para ser efetivamente implementada em sua aldeia, haja vista que há um choque entre a cosmovisão indígena Munduruku, holística e comunitária, e as visões fragmentadas e individualistas presentes nos sistemas oficiais de ensino. Apesar disso, o entrevistado nos mostra que professores indígenas encontram margens de liberdade para atuar em consonância com os valores indígenas tradicionais, sendo que tanto a Licenciatura Intercultural como a Escola indígena podem ser um meio de fortalecer esses valores e a cultura tradicional.
Palavras-chave: Educação escolar indígena. Munduruku. Educação diferenciada. Interculturalidade.