Estratégias para a ressignificação do internato médico: relato de experiência
Resumo
Introdução: cabe às Escolas Médicas avaliarem constantemente seus internatos a fim de identificarem os nós críticos para os quais, em parceria com os gestores públicos de saúde, proponham soluções que otimizem a qualidade da formação médica bem como da assistência à saúde. Objetivo: relatar a experiência do Curso de Medicina da Universidade Severino Sombra, em Vassouras, Estado do Rio de Janeiro, advinda com a adoção das estratégias pedagógicas "Oficina de problematização de angústias e de aferição de conhecimento discente acerca do internato" e "Caderno Modular do Interno". Resultados e discussão: as turmas participantes da oficina apontaram como angústias prevalentes aquelas decorrentes do medo relacionado ao fracasso na prática médica e a um possível desempenho insatisfatório na avaliação prática, além de angústias quanto à incerteza da qualidade de sua formação profissional. Por meio das estratégias pedagógicas, descortinaram-se as angústias e dúvidas dos estudantes acerca de sua atuação no internato, fortaleceu-se a interface com o Setor de Apoio Psicopedagógico da Instituição, reduziram-se os questionamentos dos internos sobre as notas práticas e facilitou-se a avaliação e o acompanhamento do internato pelo preceptor. Conclusões: a participação dos profissionais do Setor de Apoio Psicopedagógico da Universidade Severino Sombra foi fundamental no planejamento de ações de assistência aos estudantes. Por sua vez, o Caderno Modular do Interno contribuiu para sanar fragilidades relacionadas à avaliação das práticas médicas, haja vista que os critérios utilizados nessas avaliações tornaram-se acessíveis e claramente descritos a todos os atores sociais envolvidos com o internato.
Palavras-chave: Avaliação educacional. Currículo. Educação médica. Internato e residência.
Downloads
Referências
Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução no. 3, de 20 de Junho de 2014. Institui as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Medicina e dá outras providências; 2014 [acesso em 5 set 2015]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=15874-rces00314&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192.
García JC. La educación médica en América Latina. Washington: OPS/OMS; 1972.
Demarzo MMP, Fontanella BJJB, Melo DG, Avó LRS, Kishi RGB, Mattos ATR et al. Internato Longitudinal. Rev bras educ méd. 2010; 34(3):430-437.
Chaves ITS, Grosseman S. O Internato médico e suas perspectivas: estudo de caso com educadores e educandos. Rev bras educ méd. 2007; 31(3):212-222.
Gardenal RVC, Marques AMC, Martello LB, Braga LPM, Bonilha MM, Braga O et al. Estágio Supervisionado Regional: visão do aluno. Rev bras educ méd. 2011; 35(4):574-577.
Ansolin AGA, Rocha DLB, Santos RP, Dal Pozzo VC. Prevalência de transtorno mental comum entre estudantes de psicologia e enfermagem. Arq. Ciênc. Saúde. 2015 jul-set; 22(1):42-45.
Quintana AM, Rodrigues AT, Arpini DM, Bassi LA, Cecim, PS, Santos MS. A angústia na formação do estudante de medicina. Rev bras educ med. 2008; 32(1):7-14.
Millan LR, Arruda PCV. Assistência psicológica ao estudante de medicina: 21 anos de experiência. Rev Assoc Med Bras 2008; 54(1): 90-4.
Enns MW, Cox BJ, Sareen J, Freeman P. Adaptive and maladaptive perfectionism in medical students: a longitudinal investigation. Med Educ. 2001; 35(11):1034-42.
Quintana AM, Cecim PS, Henn CG. O preparo para lidar com a morte na formação do profissional de medicina. Rev bras educ med., 2002; 26(3): 204-10.
Ramos-Cerqueira ATA et al. Era uma vez... contos de fadas e psicodrama auxiliando alunos na conclusão do curso médico. Interface (Botucatu), 2005; 9(16): 81-89.
Saadeh A. Internato em medicina: estudo da interação estudante-paciente. 1995. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo.
De Marco OLN. Grupos de reflexão com quintanistas de Medicina. In: Millan LR, De Marco OLN, Rossi E, Arruda PCV (Orgs.) Universo psicológico do futuro médico. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. p.129-48.
