Demanda por Cuidados Paliativos em Enfermarias Clínicas Gerais
Resumo
Introdução: A assistência hospitalar desempenha um papel importante no final da vida, mas pouco se sabe sobre a magnitude e as características da clientela que necessita de cuidados paliativos em hospitais gerais. Objetivos: Identificar a prevalência de necessidade de cuidados paliativos nas enfermarias de Clínica Médica de um hospital universitário. Verificar quais profissionais são responsáveis por prestar esse cuidado, assim como os sintomas mais intensos, o resultado da assistência e o desempenho funcional dos pacientes em estado paliativo. Métodos: Estudo observacional e transversal, de abordagem quantitativa, através de entrevistas diretas com aplicação de instrumentos padronizados à beira-do-leito e revisão de prontuários médicos e prescrições dos pacientes internados em enfermarias clínicas gerais. Os pacientes que preencheram a definição de necessidade de cuidados paliativos segundo os Critérios de Terminalidade da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) foram avaliados com a Escala de Sintomas de Edmonton (ESAS), a Escala de Desempenho Físico de Karnofsky, a Escala de Performance Paliativa (PPS) e a Escala de Resultados de Cuidados Paliativos. Um formulário clínico-demográfico foi aplicado a todos os pacientes. Resultados: Foram incluídos 90 pacientes, 46 (51,1%) mulheres, média de idade de 48,3 anos (±18,8). Verificou-se que 30 (33,3%) necessitavam de Cuidados Paliativos (CP). Metade desses pacientes preencheram os critérios para CP por síndrome de fragilidade. Observou-se que 98,9% respondeu haver assistência disponível por 24h e 73 (81,1%) obter alívio dos sintomas. Todos relataram assistência de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, mas uma minoria referiu atendimento por outros profissionais necessários aos pacientes sob CP. Conclusões: Existe elevada demanda de CP nas enfermarias de Clínica Médica de um hospital geral, sobretudo portadores de síndrome de fragilidade. Os sintomas mais referidos pelos pacientes foram psicológicos. A assistência para o cuidado foi desempenhada por apenas uma parte dos profissionais envolvidos. A maioria dos pacientes obteve alívio dos sintomas. Although some surveys have included the number of palliative inpatients, they do not give a global overview as they were all conducted in one single or in a university hospital
Palavras-Chave: Cuidados Paliativos; Hospitalização; Medicina Interna.
Downloads
Referências
Shah P, Aung T, Ferguson R, Ortega G, Shah J. Ethical consideration in Wound treatment of the elderly patient. J Am Coll Clin Wound Spec. 2016;6(3):46-52.
Cimino Nm, Mcpherson Ml. Evaluating The impact of palliative or hospice care provided in nursing homes. J Gerontol Nurs. 2014;40(10):10-4.
Sawatzky R, Porterfield P, Lee J, Dixon D, Lounsbury K, Pesut B, Roberts D, Tayler C, Voth J, Stajduhar K. Conceptual foundations of a palliative approach: a knowledge synthesis. Bmc Palliat Care. 2016;15(5):1-14.
WHO guide for effective programmes. Geneva: WHO, 2007.
Bushatsky M, Sarinho ESC, Lima LS, Faria JH, Baibich-Faria T. Cuidados paliativos em pacientes fora de possibilidade terapêutica. Rev Bioethikos. 2012;6(4):399-408.
Silva RCF, Hortale V. A. Cuidados paliativos oncológicos: elementos para o debate de diretrizes nesta area. Cad. Saúde Pública, 2006;22(10):2055-2066.
Homsi J, Walsh D, Nelson KA, LeGrand SB, Davis M, Khawan E, Nouneh C. The impact of a palliative medicine consultation service in medical oncology. Suport Care Cancer. 2002;10(4):337-42.
Fonseca AC, Mendes Junior WV, Fonseca MJM. Cuidados paliativos para idosos na unidade de terapia intensiva: revisão sistemática. Rev. Bras. Ter. Intensiva. 2012;24(2):197-206.
Barbi MZ. A inserção dos cuidados paliativos no Sistema Único de Saúde (SUS) [Trabalho de conclusão de curso]. São Paulo: Curso de especialização: teoria, pesquisa e intervenção em luto; 2011.
Brasil. Ministério Da Saúde. Datasus: Lista de tabulação para morbidade cid-10. 2008. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sih/mxcid10lm.htm
Monteiro DR, Kruse M, Almeida M. Avaliação do instrumento edmonton symptom assessment system em cuidados paliativos: revisão integrativa. Rev Gaúcha Enferm. 2010;31(4):785-93.
Ferreira PL, Pinto AB. Medir qualidade de vida em cuidados paliativos. Acta Med Port. 2008;21:11-124.
Ho F, Lau F, Downing MG, Lesperance M. A reliability and validity study of the palliative performance scale. Bmc Palliat Care. 2008;7(10):1-10.
Anderson F, Downing GM. Palliative performance scale (pps): a new tool. Journal Of Palliative Care. 1996;12(1):5-11.
Associação Brasileira de Pesquisas de Mercado – Abipeme. Critério de classificação econômica Brasil. Disponível em: http://www.anep.org.br/codigosguias/cceb.pdf 2002.
Loureiro N, Amado JMC, Fragoso JMF. Cuidados paliativos: identificação da necessidade em doentes de medicina interna. Cuidados Paliativos 2014;1(1):62-73.
National Hospice and Palliative Care Organization. Hospice Care in America. 2012. Disponível Em: http://www.nhpco.org/sites/default/files/public/statistics_research/2012_facts_figures.pdf
Desmedt MS, de la Kethulle YL, Deveugele MI, Keirse EA, Paulus DJ, Menten JJ, Simoens SR, Vanden Berghe PJ, Bequin CM. Palliative inpatients in general hospitals: a one day observational study in Belgium. Bmc Palliat Care. 2011;10:2.
Gorzoni ML, Pires SL. Idosos asilados em hospitais gerais. Rev Saúde Pública. 2006;40(6):1124-30.
Roncarati R, Camargo RMP, Rosetto EG, Matsuo T. Cuidados paliativos num hospital universitário de assistência terciária: uma necessidade? Semina: Ciências Biológicas E Da Saúde. 2003;24:37-48.
Ferrand E, Jabre P, Vincent-Genod C, Aubry R, Badet M, Badia P, Cariou A, Ellien F, Gounant V, Gil R, Jaber S, Jay S, Paillaud E, Poulain P, Regnier B, Reignier J, Socie G, Tardy B, Lemaire F, Brun-Buisson C, Marty J. Circumstances of death in hospitalized patients and nurses’ perceptions. Arch Intern Med. 2008;168(8):867-875.
Gott MC, Ahmedzai SH, Wood C. How many inpatients at an acute hospital have palliative care needs? Comparing the perspectives of medical and nursing staff. Palliat Med. 2001;15(6):451-60.
Morize V, Nguyen DT, Lorente, C. Descriptive epidemiological survey on a given day in all palliative care patients hospitalized in a french university hospital. Palliat Med. 1999;13:105-117.
Edmonds P, Karlsen S, Addington-Hall J. Palliative care needs of hospital inpatients. Palliat Med. 2000;14(3):227-8.
Billings JA, Gardner M, Putnam AT. A one-day, hospital-wide survey of dying inpatients. Palliat Med. 2002;5(3):363-74.
Moritz RD, Machado FO, Heerdt M, Rosso B, Beduschi G. Avaliação das decisões médicas durante o processo do morrer. Rev Bras Ter Intensiva. 2009;21(2):141-147.
Lucchetti G, Badan Neto AM, Ramos SAC, Faria LFC, Granero AL, Pires SL, Gorzoni ML. Uso de uma escala de triagem para cuidados paliativos nos idosos de uma instituição de longa permanência. Geriatria & Gerontologia. 2009;3(3):104-108.
Nelson JE, Meier DE, Litke A, Natale DA, Siegel RE, Morrison RS. The symptom burden of chronic critical illness. Crit Care Med. 2004;32(7):1527-34.
Madden J. The problem of distress in patients with cancer: more effective assessment. Clinical Journal Of Oncology Nursing. 2006;10(5):615-619.
Carneiro R, Sousa E, Guerreiro T, Rocha N. Qualidade e satisfação com a prestação de cuidados na patologia avançada em medicina interna. Arq Med. 2009;23(3):95-101.
Nascimento H. Astenia. In: Barbosa A, Galriça Neto I. Manual De Cuidados Paliativos. 2ª. Ed. Lisboa: Faculdade De Medicina De Lisboa; 2010. p.213-228.
Del Fabbro E, Dalal S, Bruera E. Symptom control in palliative care - part ii: cachexia/anorexia and fatigue. Journal Of Palliative Medicine. 2002;9(2):409-421.
Vargas-Schaffer G. Is the WHO analgesic ladder still valid? Twenty-four years of experience. Can. Fam. Physician 2010;56(6):514-517.
Chan A, Woodruff RK. Palliative care in a general teaching hospital. 1. Assessment of needs. Med J Aust. 1991;155(9):597-9.
Correia FR, De Carlo MMRP. Avaliação de qualidade de vida no contexto dos cuidados paliativos: revisão integrativa de literatura. Rev. Latino–Am. Enfermagem. 2012;20(2):401-10.
Liu Y, Zhang PY, Na J. Ma C, Huo WL, Han L, Yu Y, Xi QS. Prevalence, intensity, and prognostic significance of common symptoms in terminally ill cancer patients. J Palliat Med. 2013;16(7):752-7.
Van Den Beuken MH, De Rijke JM, Kessels AG, Schouten HC, van Kleef M, Patijn J. Quality of life and non-pain symptoms in patients with cancer. J Pain Symptom Manage. 2009;38(2):216-33.
Ribeiro ASS. Controlo de sintomas em cuidados paliativos num serviço de medicina interna [tese]. Lisboa: Universidade de Lisboa Faculdade de Medicina; 2012.
Silva M. Cuidados paliativos: caracterização assistencial e identificação de necessidades num serviço de medicina interna. Lisboa: Universidade de Lisboa Faculdade de Medicina; 2012.
Brown DJ, Mcmillan DC, Milroy R. The correlation between fatigue, physical function, the systemic inflammatory response, and psychological distress in patients with advanced lung cancer. Cancer. 2005;103(2):377-82.
Lera AT, Miranda MC, Trevizan LLB, Antonangelo DV, Zanellato RM, Tateyama LTC, Fede ABS, Xavier PS, Cubero DIC, Karnakis T, del Giglio A. Aplicação do instrumento termômetro de estresse em pacientes idosos com câncer: estudo piloto. Bras Clin Med. 2011;9(2):112-116.
De Simone G, Tripodoro V. Fundamentos de cuidados paliativos y control de sintomas: manual para estudiantes de la carrera de Medicina. 1ª. Ed. Buenos Aires: Pallium Latinoamérica; 2004.
Steindal S, Bredal I, Ranhoff A, Sørbye L, Lerdal, A. The last three days of life: a comparison of pain management in the young old and the oldest old hospitalised patients using the resident assessment instrument for palliative care. International Journal Of Older People Nursing. 2014;10(4):263-272.