Relação entre médicos e enfermeiros do Hospital Regional de Cáceres Dr. Antônio Fontes: a perspectiva do enfermeiro
Resumo
A relação de poder e os conflitos entre profissionais médicos e enfermeiros, ao longo da história, são originados a partir da associação de diversos fatores, que vão desde a constituição da equipe multiprofissional até as questões salariais, o que concerne às duas principais categorias profissionais responsáveis pelo cuidado do paciente. O presente estudo pretende identificar os fatores que determinam a diferença de relação de poder entre os profissionais médicos e enfermeiros do Hospital Regional Dr. Antônio Fontes, em Cáceres-MT, na perspectiva do enfermeiro; evidenciar como essa relação se encontra hoje, se realmente existe a submissão do enfermeiro para com o médico. Para tanto, seis enfermeiras responderam a um questionário embasado na escala de Lickert sobre as assertivas que interferem na relação interprofissional, além de informações sobre aspectos pessoais e profissionais: idade, sexo e tempo de trabalho no hospital. Quanto as assertivas, destacam-se quatro fatores preventivos de conflitos (FPc) com Ranking Médio (RM) menor que 3,0 e dois fatores geradores de conflito (FGc), quais sejam: Comunicação Interprofissional (RM=2,83); Reconhecimento Interprofissional (RM=2,66); Condições de salário (RM=4,33); Divisões de tarefas (RM=3,16); Autoridade em relação a gênero (RM=1,5) e Reflexo no cliente (RM=1). Conclui-se que, na realidade analisada, o conflito é inexistente por haver uma relação favorável de fatores protetores (4FPc: 2FGc), porém o mesmo é iminente, devido à permanência de fatores que podem desencadeá-lo (“condições de salário” e “divisões de tarefas”). Todo e qualquer conflito entre a equipe multidisciplinar, principalmente médico e enfermeiro, desencadeará reflexos no cliente. Assim, faz-se necessária uma boa relação entre os mesmos.Palavras-chave: Relação de poder. Profissionais médicos e enfermeiros.
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