A perspectiva da cultura organizacional na análise dos custos assimétricos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30681/ruc.v10i20.5568

Resumo

Na ciência discute-se a cultura organizacional e a performance da companhia e defende-se que os valores sejam vistos como essência para criação de padrões comportamentais que podem gerar vantagens competitivas. Essas vantagens podem incluir decisões gerenciais concernentes aos custos. Esse estudo analisa os valores dominantes para as 14 empresas brasileiras de capital aberto do setor de FMCG  (Fast Moving Consumer Goods) listadas na B3 e classificadas como Setor Econômico de Consumo Anticíclico. Os valores foram categorizados a partir das dimensões culturais propostas por Schwartz e Ros (1995). A determinação dos valores relevantes foi baseada em levantamento de material institucional das empresas e os custos pegajosos foram tomados dos Demonstrativos de Resultado. A hipótese investigada foi que os valores, através da influência sobre o comportamento dos gestores, seriam capazes de afetar as decisões de ajustes da estrutura de custo, levando a assimetrias de custos diferentes entre as empresas de acordo com os valores dominantes de cada uma. Para o presente estudo, usou-se a análise de conteúdo para categorização das empresas de acordo com os tipos de cultura, e também o teste de médias para identificar se os valores dominantes dicotômicos apresentavam comportamento de custo diferentes. Os resultados não foram estatisticamente significativos e, portanto, não foi possível evidenciar que os valores organizacionais dominantes são capazes de gerar comportamentos diferentes dos custos em relação à variação da receita.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDERSON, M.; BANKER, R. D.; JANAKIRAMAN, S. Are Selling, General and Administrative Costs ‘Sticky?”. Journal of Accounting Research, v. 41, n. 1, p. 47-64, 2003.

BALAKRISHNAN, R.; GRUCA, T. S. Cost stickiness and core competency: A note. Contemporary Accounting Research, v. 25, n. 4, p. 993-1006, 2008.

BALAKRISHNAN, R.; LABRO, E.; SODERSTROM, N. S. Cost structure and sticky costs. Journal of Management Accounting Research, v. 26, n. 2, p. 91-116, 2014.

BALAKRISHNAN, R.; SIVARAMAKRISHNAN, K.; SUNDER, S. A resource granularity framework for estimating opportunity costs. Accounting Horizons, v. 18, n. 3, p. 197-206, 2004.

Banker, R.; Chen. L. Labor Market Characteristics and Cross-Country Differences in Cost Stickiness. Working paper, Georgia State University, 2006.

BARNEY, J. B. Organizational culture: can it be a source of sustained competitive advantage? Academy of Management Review, v. 11, n. 3, p. 656-665, 1986.

BARROS, B. T.; PRATES, M. A. S. O estilo brasileiro de administrar. São Paulo: Atlas, 1996.

BERSON, Y.; OREG, S.; DVIR, T. CEO values, organizational culture and firm outcomes. Journal of Organizational Behavior: The International Journal of Industrial, Occupational and Organizational Psychology and Behavior, v. 29, n. 5, p. 615-633, 2008.

BORGES, L. O.; ARGOLO, J. C. T.; PEREIRA, A. L. D. S.; MACHADO, E. A. P.; SILVA, W. S. D. A síndrome de burnout e os valores organizacionais: um estudo comparativo em hospitais universitários. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 15, n. 1, p. 189-200, 2002.

CALLEJA, K.; STELIAROS, M.; THOMAS, D. C. A note on cost stickiness: Some international comparisons. Management Accounting Research, v. 17, n. 2, p. 127-140, 2006.

CARLOMAGNO, M. C.; DA ROCHA, L. C. Como criar e classificar categorias para fazer análise de conteúdo: uma questão metodológica. Revista Eletrônica de Ciência Política, v. 7, n. 1, 2016.

CROZATTI, J. Modelo de gestão e cultura organizacional: conceitos e interações. Caderno de estudos, v. 18, p. 1-20, 1998.

DEAL, T. E. The New corporate culture. New York, Peruses, 1999.

FERREIRA, M. C.; ASSMAR, E. M. L.; ESTOL, K. M. F.; HELENA, M. C. D. C. C.; CISNE, M. D. C. F. Desenvolvimento de um instrumento brasileiro para avaliação da Cultura Organizacional. Estudos de Psicologia (Natal), v. 7, n. 2, p. 271-280, 2002.

FLEURY, M. T. L. Estórias, mitos, heróis: Cultura Organizacional e relações do trabalho. Revista de administração de Empresas, v. 27, n. 4, p. 7-18, 1987.

GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C.;PADILLA, D. N. R.; MORALES, J. D. Contabilidade administrativa. McGraw-Hill, 2007.

GOMES, I. S.; LIMA, D. H. S.; STEPPAN, A. I. B. Análise do Comportamento dos Custos Hospitalares Indiretos: Uma Investigação Empírica do Custo Hospitalar de Energia Elétrica no Setor de Radioterapia da Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer. In Anais do Congresso Brasileiro de Custos-ABC, 2007.

GUENTHER, T. W.; RIEHL, A.; RÖSSLER, R. Cost stickiness: state of the art of research and implications. Journal of Management Control, v. 24, n. 4, p. 301-318, 2014.

HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M.; TAYLOR, R. B. Gestão de custos: contabilidade e controle. São Paulo: Atlas, 2001.

HARRISON, G. L.; MCKINNON, J. L.; P ANCHAPAKESAN, S.; LEUNG, M. The influence of culture on organizational design and planning and control in Australia and the United States compared with Singapore and Hong Kong. Journal of International Financial Management & Accounting, v. 5, n. 3, p. 242-261, 1995.

HOFSTEDE, G. Cultural dimensions. Disponível em www. geert-hofstede.com Acesso em junho de 2020.

KAMA, I.; WEISS, D. Do managers' deliberate decisions induce sticky costs? Tel Aviv University, Faculty of Management, The Leon Recanati Graduate School of Business Administration, 2010.

LEVORATO, D. C. D. S. Cultura Organizacional como elemento facilitador na implantação do programa de compliance na área de infraestrutura da Odebrecht Engenharia e Construção, 2018.

MADU, B. C. Organization culture as driver of competitive advantage. Journal of Academic and Business Ethics, v. 5, n. 1, 2012.

MENDES, A. M.; TAMAYO, A. Valores organizacionais e prazer-sofrimento no trabalho. Psico-USF, v. 6, n. 1, p. 39-46, 2001.

NOREEN, E.; SODERSTROM, N. The accuracy of proportional cost models: evidence from hospital service departments. Review of Accounting Studies, v. 2, n. 1, p. 89-114, 1997.

OLIVEIRA, P. H. D.;LUSTOSA, P. R. B.; SALES, I. C. H. Comportamento de custos como parâmetro de eficiência produtiva: uma análise empírica da companhia Vale do Rio Doce antes e após a privatização. Revista Universo Contábil, v. 3, n. 3, p. 54-70, 2007.

PAMPLONA, E.; FIIRST, C.; SILVA, T. B. J.; ZONATTO, V. C. S. (2016). Sticky costs in cost behavior of the largest companies in Brazil, Chile and Mexico. Contaduría y Administración, v. 61, n. 4, p. 682-704, 2016.

PETTIGREW, A. M. On studying organizational cultures. Administrative Science Quarterly, v. 24, n. 4, p. 570-581, 1979.

Santos, N. M. B. F. Impacto da Cultura Organizacional no desempenho das empresas, conforme mensurado por indicadores contábeis - um estudo interdisciplinar. São Paulo, 1992. Tese (Doutorado), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

Schein, E. H. Defining organizational culture. Classics of Organization Theory, v. 3, n. 1, p. 490-502, 1985.

SCHEIN, E. H. The corporate culture survival guide. San Francisco, California, United States of America: Jossey-Bass Publishers, 1999.

SCHEIN, E. H. Organizational culture and leadership. John Wiley & Sons, 2010.

SCHWARTZ, S. H.; ROS, M. Values in the west: A theoretical and empirical challenge to the individualism-collectivism cultural dimension. World Psychology, v. 1, p. 91-122, 1995.

SCHWARTZ, S. H.; ROS, M. Psicologia e Crítica, v. 15, n. 1, p. 189-200, 2002.

SILVA, A.;ZONATTO, V. C. S.; DAL MAGRO, C. B.; KLANN, R. Comportamento assimétrico dos custos e gerenciamento de resultados. Brazilian Business Review, v. 16, n. 2, p. 191-206, 2019.

TAMAYO, A.; GONDIM, M. D. G. C. Escala de valores organizacionais. Revista de Administração, v. 31, n. 2, p. 62-72, 1996.

TARIFA, M. R.;CLEMENTE, A.;STURION, L.; NOGUEIRA, D. R.Infometria da Cultura Organizacional: Pesquisas Realizadas no Brasil Entre os Anos de 1996 e 2006. Revista de Ciências Jurídicas e Empresariais, v. 13, n. 1, 2012.

WEIDENMIER, M. L.; SUBRAMANIAM, C. Additional evidence on the sticky behavior of costs, 2003.

WERNERFELT, B. On the nature and scope of the firm: An adjustment‐cost theory. The Journal of Business, v. 70, n. 4, p. 489-514, 1997.

Downloads

Publicado

2022-04-02

Como Citar

Betioli, B. M., Roth, F. R., Amaral, J. V., & Russo, P. T. (2022). A perspectiva da cultura organizacional na análise dos custos assimétricos. Revista UNEMAT De Contabilidade, 10(20), 95–110. https://doi.org/10.30681/ruc.v10i20.5568

Edição

Seção

Artigos