UTOPISMOS E PERSPECTIVAS INDIOFUTURISTAS NA MPB

Resumo

Proponho, neste artigo, o conceito de indiofuturismo para categorizar e analisar um conjunto de figurações de identidades indígenas que ocorre na MPB e se destaca dos demais por apresentar traços de futurismo étnico, reafirmação identitária, engajamento social e utopismos culturais. Para tanto, utilizo os planos conceituais de Bhabha nas questões que dizem respeito ao lugar de trânsito cultural (2003); de Bloch (2005) para nortear os Estudos dos Utopismos no que concerne aos conceitos de “vir a ser” e de “utopia concreta”; e de Cecchetto (2011), orientando a discussão sobre MPB. Desenvolvo a reflexão com a análise das canções “Tubi Tupy” (1999), de Lenine, e “Xondaro Ka’aguy Reguá” (2020), de Kunimi MC, para demonstrar a viabilidade dessa categoria conceitual e sua importância para o culturalismo em sua associação com as manifestações de utopismos brasileiros, em especial dos/sobre os povos originários.