FINGIMENTO, RECOLHIMENTO: A ESCRITA COMO EXPERIÊNCIA E AUTOCONHECIMENTO EM O CAVALEIRO INEXISTENTE, DE ITALO CALVINO

Autores

  • Vanderluce Moreira Machado Oliveira

Resumo

Nesta leitura crítica, lanço um olhar interpretativo ao livro, O cavaleiro inexistente (1959 [2002]), de Italo Calvino. Vislumbro empreender uma discussão que enfoque a escrita como experiência e vivência em processo advindas de fingimento e recolhimento. Para isso, Calvino elegeu como narradora/autora da obra a personagem irmã Teodora, a qual no início da narrativa leva o leitor a crer, por meio de astúcias comunicativas que inventa
os atos realizados por Agilulfo, o cavaleiro inexistente, a partir de três fontes distintas, sendo elas na seguinte ordem: documentos antigos, de conversas ouvidas no parlatório e de poucos testemunhos de pessoas as quais teriam andado pelas bandas onde tais fatos sucederam. A freira relata ainda que esta tarefa não partiu de sua iniciativa, mas que fora uma espécie de tarefa delegada pela madre superiora do convento em que se encontrava no claustro. Posteriormente, o leitor descobrirá que ela também era uma outra personagem do romance, a guerreira temida e respeitada Bradamante, objeto de desejo de vários cavaleiros. A presença desta personagem na narrativa causa estranheza, por se tratar de uma presença feminina no campo de batalha, um lugar comumente reservado ao sexo masculino, principalmente no período em que o romance é ambientado, a saber, no império carolíngio.

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Publicado

2019-04-21

Como Citar

Oliveira, V. M. M. (2019). FINGIMENTO, RECOLHIMENTO: A ESCRITA COMO EXPERIÊNCIA E AUTOCONHECIMENTO EM O CAVALEIRO INEXISTENTE, DE ITALO CALVINO. Revista Alere, 18(2), 239–258. Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/alere/article/view/3537

Edição

Seção

ARTIGOS