MONGÓLIA: VIAJANTES EM TRÂNSITO

Autores

  • GÍNIA MARIA GOMES UFRGS

Resumo

A proposta deste artigo é refletir sobre a viagem
em Mongólia, romance de Bernardo Carvalho. Pretende-se centrar a discussão no cotejo entre os diários do romance – o do diplomata e os do fotógrafo – e os relatos de viagem, procurando apontar, sobretudo, as similaridades que eles mantêm com essas narrativas. Nesse sentido, ênfase será dada à escrita em trânsito, que permite descrições mais exatas do outro, bem como o registro das próprias emoções que a vivência do momento suscita. Também será dado destaque as referências às dificuldades do percurso, o que constitui aspecto recorrente nessas narrativas. Além disso, será objeto de discussão a problemática da alteridade: olhar o outro a partir de suas diferenças, de seu exotismo seduz os viajantes de todas as épocas. Outra questão a ser investigada será o olhar do autóctone sobre os viajantes, também eles percebidos como estrangeiros, dado ao estranhamento que suscitam. Por último, ainda refere-se à comparação, principal recurso utilizado nessas crônicas para dar visibilidade ao mundo do outro.

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Referências

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Publicado

2015-06-07

Edição

Seção

ARTIGOS