NARRATIVAS EM CONFRONTO: TAUNAY E A ESCRITA DA MEMÓRIA

Autores

  • OLGA MARIA CASTRILLON MENDES UNEMAT

Resumo

Neste artigo trago algumas reflexões sobre as narrativas que compõem a obra A cidade do ouro e das ruínas (1891) de Alfredo D’Escragnolle Taunay (Visconde de Taunay). Misto de documentos, cartas íntimas e depoimentos oficiais e de populares, a narrativa resulta num discurso dialético perpassado pelo trabalho da memória, ou seja, a memória da guerra, das impressões e sensações sobre a natureza, transformadas em matéria de ficção. Numa cidade cujas origens estão na gênese de Mato Grosso, a ligação entre memória e identidades (POLLACK, 1992) constitui o entrelugar do discurso (SANTIAGO, 1982) cujo aparato de composição reconstrói um passado singular na forma como foi inventado (BENATTI, 2000) no século XIX.

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Publicado

2015-06-07

Como Citar

MENDES, O. M. C. (2015). NARRATIVAS EM CONFRONTO: TAUNAY E A ESCRITA DA MEMÓRIA. Revista Alere, 5(1), 24. Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/alere/article/view/523

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