A CONFIGURAÇÃO DO INSÓLITO LITERÁRIO EM OBRAS DE J. J. VEIGA
Resumo
As caracterizações narrativas de uma borboleta com mensagem grafada nas asas, muros entrecortando cidades, pessoas voando em bolhas transparentes, animais invadindo espaços urbanos são exemplos de fatos insólitos que permeiam e configuram os sentidos em tramas do escritor José J. Veiga (1915-1999). A partir de análises de Os cavalinhos de Platiplanto (1959) e Sombras de reis barbudos (1985), uma questão se coloca: qual modalidade da literatura fantástica caracteriza a produção veiguiana? Por meio de conceitos de Alejo Carpentier, Irène Bessière, Irlemar Chiampi, Julio Cortázar, Seymour Menton e Tzvetan Todorov, pretende-se revelar que a pluralidade estilística de Veiga combina aspectos díspares e resulta em efeitos múltiplos.
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Referências
BELLA, Jozef. A máscara e o enigma: a modernidade da representação à transgressão. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1986.
BESSIÈRE, Irene. Le récit fantastique: la poétique de l’incertain. Paris: Librairie Larousse, 1974.
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VEIGA, José J. Os cavalinhos de Platiplanto. 19. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
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