LITERARIEDADES FLUTUANTES: MEMÓRIA, AFETO E ALGUNS FENÔMENOS LITERÁRIOS EXTREMOS
Resumo
Pelo declínio da força de significação do Estado-
Nação, observa-se um movimento flagrado em Portugal e no
Brasil e atravessou as fronteiras geográficas e dos gêneros literários, emergindo na produção literária em Moçambique e em Angola. Da exaustão de significação e ressignificação do Estado-nação, a produção literária irá investir nas formas de constituição das subjetividades, recorrendo a algumas estratégias comuns para resistir ao processo de globalização. Tais estratégias podem, inicialmente, ser percebidas através do relevo dado à memória, mediada pela experiência corporal, plena de significações culturais e, portanto, referenciais. As obras arroladas em maior ou menor grau referem-se ao processo de descolonização, inclusive a do português Nuno Júdice, com sua Meditação sobre ruínas (1997). No entanto, estão todas, de forma direta, submetidos ao processo geral da globalização, estabelecendo, com suas estratégias literárias, formas de resistência, exigindo uma ação solidária que apenas a afetividade pode representar
Downloads
Referências
AL BERTO. O medo: trabalho poético (1974-1997). Lisboa: Assírio e Alvim, 2005.
ALEGRE, Manuel. “Poesia e cidadania” (discurso proferido na Câmara
Municipal de Coimbra), abril de 2001. (mimeo.).
ALEGRE, Manuel. Alma. Lisboa: Dom Quixote, 1995.
ALEGRE, Manuel. Raphael. Lisboa: Caminho, 2004.
ANDERSON, Benedict. Nação e consciência nacional. São Paulo: Ática,
BARTHES, Roland. Aula. São Paulo: Cultrix,1976.
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 1998.
BLOOM, Harold. O cânone ocidental. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
CARVALHO, Bernardo. Mongólia. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
CARVALHO, Bernardo. Nove noites. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
CARVALHO, Bernardo. O sol também se põe em São Paulo. São Paulo: Companhia da Letras, 2007.
CHIZIANE, Paulina. Niketche: uma história de poligamia: romance. Lisboa : Caminho, 2002.
COUTINHO, Eduardo F. (org.). Fronteiras imaginadas: cultura nacional / teoria internacional. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.
HARDT, Michael & NEGRI, Antonio. Império. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.
HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumento,
mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano/ Ucam / MAM-RJ, 2000.
LUGARINHO, M. C. Literatura de Sodoma: cânone nacional e identidade
nacional. In: Gragoatá, 14: 133-45.
LUGARINHO, M. C. Trânsito por ruínas: resistência e subjetividade na Literatura da era da globalização. Anais do VIII Congresso Afro-luso-brasileiro de Ciências Sociais. Coimbra, UC, 2004. Disponível em http://www.ces.uc.pt.
MIGNOLO, Walter. “Os esplendores e as misérias da ‘ciência’: colonialidade, geopolítica do conhecimento e pluri-versalidade epistêmica”. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004. p. 667-710.
MOREIRAS, Alberto. A exaustão da diferença: a política dos estudos
culturais latino-americanos. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
SANTIAGO, Silviano. Uma literatura nos trópicos. São Paulo: Perspectiva, 1978.
SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). A globalização e as ciências sociais. São Paulo: Cortez, 2002.
SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004.
VIEGAS, Francisco José. Longe de Manaus. Porto : Asa, 2005.
VIEGAS, Francisco José. Lourenço Marques. Porto : Asa, 2002.