PROFISSÃO: ESCRITOR-DETETIVE. DESLOCAMENTOS NO GÊNERO ROMANCE POLICIAL EM CIDADE DE VIDRO, DE PAUL AUSTER

Autores

  • LILIAN REICHERT COELHO UNEMAT

Resumo

Apresenta-se uma proposta de leitura de Cidade de vidro, primeira narrativa que compõe A trilogia de Nova York (1987), do escritor estadunidense Paul Auster, orientada por movimento genealógico empreendido pelo próprio escritor, que permite aventar a hipótese segundo a qual o artista promove nítido deslocamento no gênero romance policial, sobretudo pela instauração da figura do escritor-detetive. Argumenta-se que, ao contrário do que ocorre nas histórias policiais erigidas a partir das regras do gênero, nas quais tudo conduz ao sentido fechado e esclarecedor do final, Auster engendra questionamentos profundos muito mais de ordem existencial do que em termos de encadeamentos lógicos de ações. A fim de cumprir a leitura proposta, foram tomadas como balizas norteadoras as reflexões sobre o referido gênero romanesco produzidas por Piglia (2004; 2006), Todorov (2003), Martins (2005) e Kapila (2002), todos assumindo Poe como ponto de emergência da policialidade na literatura.

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Referências

AUSTER, Paul. A Trilogia de Nova York: Cidade de vidro, Fantasmas e O quarto fechado.

Tradução: Rubens Figueiredo. São Paulo: Planeta DeAgostini. 2003.

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Publicado

2015-06-07

Como Citar

COELHO, L. R. (2015). PROFISSÃO: ESCRITOR-DETETIVE. DESLOCAMENTOS NO GÊNERO ROMANCE POLICIAL EM CIDADE DE VIDRO, DE PAUL AUSTER. Revista Alere, 3(1), 12. Recuperado de https://periodicos.unemat.br/index.php/alere/article/view/566

Edição

Seção

ARTIGOS