A ILUSÃO REALISTA EMOLDURADA EM ELIZABETH COSTELLO, DE J. M. COETZEE
Palavras-chave:
romance; Elizabeth Costello, J. M. Coetzee; metaficção; estética realista.Resumo
A narrativa metaficcional produz alguma
crítica a seu próprio processo de construção. A intenção
desse estudo é compreender como J. M. Coetzee realiza
tal façanha em Elizabeth Costello, romance publicado
em 2003, e traduzido por José Rubens Siqueira em 2004,
pela Companhia das Letras. Para isso, recorremos a
Watt, Adorno, Waugh, dentre outros, para fundamentar
a análise. Evidenciamos, na lição 1 do romance, que não
importam os mecanismos que forjam o real, a ilusão da
realidade, tal qual buscou valorizar a estética realista. A
experiência de estar cravado é o que importa, ser capaz
de encarnar outro ser, de se imaginar em outro corpo e
tornar essa experiência verossímil para o leitor. Nesse
sentido, Elizabeth Costello, Kafka e o seu personagem
macaco são exemplos dessa capacidade, e convidam seus
interlocutores a expandirem a própria potencialidade da
imaginação simpatizante.