ROGATIVO DOS MORTOS: A CENOGRAFIA DOS HINOS DA MISSA DO SANTO DAIME
Palavras-chave:
Santo Daime, hinos, ethos discursive, cenografiaResumo
Este trabalho visa caracterizar a constituição da cenografia nos hinos do hinário Santa Missa, utilizado em um rito do Santo Daime, doutrina ayahuasqueira amazônica, realizado exclusivamente para os mortos, além de analisar a produção de um ethos discursivo para a instância enunciadora. Dentre os objetivos específicos, tem-se o propósito de discutir sobre o conceito de discurso constituinte e seu funcionamento no objeto analisado, associando-se ao ethos discursivo que emerge no hinário Santa Missa. O quadro teóricometodológico fundamenta-se nos seguintes conceitos de Dominique Maingueneau: discurso constituinte, cenas de enunciação e ethos. A hipótese inicial é a de que a cenografia dos hinos se constitui em uma cena de fala que estabelece um rito de passagem, uma forma de apresentar o desencarnado ao “mundo superior” após seu desencarne, garantindo uma boa passagem e obedecendo ao “chamado divino”. Trata-se de uma pesquisa documental, de caráter qualitativo-interpretativista. O corpus desta pesquisa constitui-se pelos dez hinos que compõem o hinário Santa Missa; esses cânticos são entoados em três momentos diferentes: na missa para a pessoa falecida de corpo presente, na missa do mês em memória dos mortos e na missa de finados, dia 2 de novembro.