AUTORIA FEMININA NA AMAZÔNIA LEGAL - MEMÓRIA E ESPAÇO NA CONSTRUÇÃO DA POÉTICA DE “NO QUINTAL”, DE LUCIENE CARVALHO, E “FALSETE”, DE MICHELLE MOR
Palavras-chave:
Amazônia Legal, território, quilombo, quintal, memóriaResumo
Uma parte da produção literária da Amazônia Legal é apresentada por Rubens de Mendonça, Lenine Póvoas, Hilda Gomes Dutra
Magalhães, e provoca muitas inquietações no que tange ao processo de seleção, recorte temporal e estético dos autores que compõem em Mato Grosso. Para contribuir com os estudos contemporâneos sobre a produção lírica feminina, é que propomos trabalhar com Luciene Carvalho e Michelle Mor, que lado a lado ampliam ainda mais essa responsabilidade, haja vista o percurso
de produção das duas escritoras. Luciene Carvalho comemorou 25 anos de produção literária em 2021, enquanto Michelle Mor tem suas produções divulgadas em seu blog e coletâneas. Para estabelecer o diálogo na perspectiva analítica literária, trabalharemos com os poemas: “Falsete”, de Michelle Mor (2015), publicado em seu blog e no e-book Escrevivência Poética e da
Cultura Alimentar das Mulheres Negras, Pantaneiras, Ribeirinhas e Quilombolas de Cáceres/MT (SILVA et al., 2021) e “No quintal”, de Luciene Carvalho, que faz parte do Calendário Poético Quitutes e Quintais (CARVALHO, 2017), disponível no mês de julho. O objetivo principal é apresentar a construção estética dos poemas visando destacar as singularidades de cada um no cantar o local (espaços geográficos, espaços históricos, espaços imaginários) frente às consideráveis aparições de signos e de imagens que remetem a tempos inscritos pela memória. Nesse sentido, o ponto de intersecção entre os dois textos será essa relação espaço-temporal que desperta os saberes da ancestralidade e os resquícios configurados pela escravização. Assim, apresentaremos os espaços coletivos pelo viés da memória que denuncia e constitui a identidade do eu-lírico nos espaços em que se circunscrevem.