OS ACASOS DO COTIDIANO: A MEMÓRIA NA CRÔNICA DA CIDADE, DE IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
DOI:
https://doi.org/10.30681/alere.v29i2.13479Palavras-chave:
Literatura - imprensa, Crônica, Loyola BrandãoResumo
No presente artigo, nos dedicaremos a uma investigação literária sobre o gênero crônica, perfilando uma ação que se dá por meio da memória, destacadamente na produção de Ignácio de Loyola Brandão (1936- atual). Por sua vez, no viés metodológico bibliográfico, recorremos a Paul Ricoeur (1913-2005) em Temps et récit II (2010) para refletir sobre o ato mnemônico da ação que irrompe da crônica
na imprensa e na vida social. Por uma abordagem literária, priviligiaremos questões estéticas propostas por Mikhail Bakhtin (1936-1975), em Questões de literatura e estética (2014), quanto ao cronotopo no âmbito strictu do texto, para entrelaçarmos a operação interpretativa e evidenciarmos a representação literária da linguagem na crônica. Abordaremos a categoria da memória que desempenha no processo da narrativa um papel preponderante porque organiza o passado num tempo que pode ser revisado pelo ato da recordação. E como objetivos recortamos: I) enumerar traços da crônica e II) constatar e analisar o caráter da memória. E é na crônica sobre a cidade de São Paulo, que evidenciaremos o conceito de memória como caminho e abertura para a compreensão de
como a Literatura, como afirma Ricoeur (1984), “constitui-se num rico laboratório de compreensão das experiências humanas”. Nesse contexto, torna-se relevante destacar que Loyola Brandão é um dos cronistas que melhor dialoga com o pensamento ricoeuriano.